Viva Bem

Na pandemia, última preocupação deve ser o desapego, diz consultora do método Marie Kondo

Carolina Ferraz explica riscos de aplicar mudanças radicais na casa em isolamento

Método de arrumação da japonesa Marie Kondo - Divulgação
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

"O momento é de recolhimento. Se hidratar, dormir, desligar um pouco de notícias sensacionalistas, ajudar pessoas próximas e encarar suas guerras e seus medos para conseguir retomar a rotina assim que as coisas entrarem no eixo. Em momentos de pandemia, nossa última preocupação deve ser o desapego”, diz Carolina Ferraz, a única consultora master do método Marie Kondo do Brasil.

A profissional defende que, em meio à pandemia do novo coronavírus, o ideal é não seguir o desapego, passo ensinado pela especialista em organização Marie Kondo, que tornou-se famosa após estrelar uma minissérie na Netflix na qual ensina a organizar casas, e com a qual recebeu duas indicações ao Emmy 2019.

Segundo Ferraz, há riscos em aplicar mudanças radicais na casa durante o período de isolamento. Um deles é o desapego impulsivo de objetos que temos muito apego emocional, e que não faríamos em um momento normal; outro é manter coisas que não são necessárias, justamente por conta do distanciamento social.

"A quarentena é o momento exato para ressignificarmos os objetos de casa. Mas a atenção deve estar na forma como fazemos isso. Alguns vão se preocupar com os possíveis malefícios que manusear certos objetos podem trazer à saúde, com relação à contaminação, fazendo com que até itens de valor emocional vão para a lixeira. Por outro lado, outros podem praticar o apego, ao se sentirem como em situações de guerra, onde apresentam a necessidade de estocar coisas, alimentos e itens de manutenção diária, fazendo com que sua relação de compra e estocagem fique exacerbada".

Do ponto de vista emocional, ela explica que as pessoas estão vivendo um processo de luto antecipatório, porque tudo o que elas viveram passará a existir de forma diferente. Sem acompanhamento, essas pessoas podem desenvolver um ciclo de medo, ansiedade e de solidão.

Ferraz diz ainda que a pandemia impactará diretamente na forma como o método do qual ela é consultora é aplicado atualmente. "O KonMari é um método muito emocional, e tudo o que é emocional demais baixa a imunidade. Minha dica é evitar desencaixotar coisas empoeiradas, ou ter uma crise de choro por uma lembrança encontrada no fundo do baú. Uma situação como estas pode aumentar o nível de cortisol, baixar a imunidade, deixando o corpo vulnerável".

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem