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Luke Perry morreu de derrame aos 52; veja como isso ocorre com alguém da idade dele

Luke Perry
Luke Perry - Mario Anzuoni/ Reuters
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Gina Kolata

A morte do ator Luke Perry, depois de um forte derrame, é tanto uma tragédia quanto um ligeiro mistério. O ator só tinha 52 anos, e derrames em geral acontecem em pessoas muito mais velhas.

A família de Perry não ofereceu detalhes sobre as conclusões médicas, mas as mortes por derrame são raras em faixas etárias mais baixas. Cerca de sete pessoas em cada milhão de americanos com idade inferior a 50 anos morrem por derrame causado por um vaso sanguíneo bloqueado, a cada ano, e nove pessoas por milhão de americanos dessa faixa etária morrem de hemorragia cerebral, os dois tipos principais de derrame.

Embora derrames possam ser tão devastadores para os pacientes mais jovens quanto são para os mais velhos, os fatores de risco variam significativamente entre os dois grupos.

Abaixo descreveremos algumas das causas mais comuns de derrames fatais em homens da idade de Perry, de acordo com Lee Schwamm, diretor do centro abrangente de derrames do Massachusetts General Hospital, e Lawrence Wechsler, diretor do departamento de neurologia na escola de medicina da Universidade de Pittsburgh.

 

Dissecção arterial: O revestimento de uma artéria se rompe e se separa da parede do vaso sanguíneo. Um coágulo sanguíneo se forma no local do rompimento e viaja até o cérebro, bloqueando o influxo de sangue para o tecido cerebral.

Isso pode acontecer depois de um movimento súbito do pescoço, o que inclui manipulação do pescoço por um massagista, ou durante a prática de esportes. Em alguns casos, disse Wechsler, o problema aconteceu com pessoas que estavam andando em uma montanha russa.

Ninguém sabe por que algumas pessoas são vulneráveis. O problema parece ter causas genéticas em menos de 1% dos casos, de acordo com Schwamm.

Forame oval patente, ou "buraco no coração": Quando um bebê respira pela primeira vez, uma passagem entre o lado direito e o lado esquerdo do coração deve se fechar. Em cerca de 25% das pessoas, ela permanece aberta. Em algumas dessas pessoas, a presença do buraco pode elevar a probabilidade de derrame.

Pequenos coágulos sanguíneos são conduzidos aos pulmões, onde são eliminados. As pessoas com forame oval patente podem ter um coágulo que em lugar disso cruza o coração e é carregado para o cérebro.

Um coágulo do tamanho de uma ponta de lápis é capaz de matar, disse Schwamm. Mas a menos que um forame oval patente cause derrame não fatal, médicos não costumam fechá-lo; ele não causa problemas e a maioria das pessoas portadoras nem sabem que existe.

Coágulos sanguíneos: Algumas pessoas, usualmente porque apresentam uma mutação genética, são propensas a desenvolver coágulos sanguíneos que podem viajar ao cérebro.

Defeito cardíaco ou distúrbio rítmico: Um defeito estrutural no coração pode ser causado por diversas coisas, como danos deixados por um ataque cardíaco forte anterior. Como resultado, coágulos podem se formar dentro do coração, e ser ejetados para a corrente sanguínea, que os carrega ao cérebro.

Coágulos também podem se formar porque uma pessoa tem um distúrbio em seu ritmo cardíaco, como fibrilação atrial.

Estreitamento das artérias: Alguns medicamentos podem fazer com que artérias se fechem subitamente, cortando o fluxo de sangue para o cérebro. Em pacientes mais jovens isso muitas vezes é causado pelo uso de estimulantes ou drogas que interferem com o neurotransmissor seratonina.

Aneurisma ou má formação arteriovenosa: Um aneurisma é uma bolha em forma de balão que surge em um vaso sanguíneo. Uma má formação arteriovenosa é um nó de vasos sanguíneos contendo artérias e veias.

Quando qualquer das duas coisas está presente, um vaso do cérebro pode explodir de repente, inundando o tecido de sangue e causando um derrame.

Às vezes esses vasos sanguíneos problemáticos causam sintomas como pequenas convulsões, disse Wechsler. Nessas situações, neurologistas podem tentar intervir para removê-los.

Mas muita gente não sabe que tem um problema subjacente antes de sofrer uma hemorragia cerebral.

The New York Times

Tradução de Paulo Migliacci

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