Olimpíadas: Fernanda Garay deixa futuro no vôlei em aberto e diz que não esperava convite da TV

Oficialmente, Fernanda Garay não é uma ex-jogadora. A campeã olímpica de vôlei em Londres-2012 deixou a quadra temporariamente para realizar o sonho de ser mãe. Na semana passada, Garay contou que conseguiu: ela anunciou dias atrás que está grávida. Outra boa novidade aconteceu nesse meio do caminho, esta na sua vida profissional —ligada ao esporte, mas fora das quadras.

Garay foi um dos destaques da cobertura de vôlei nas redes sociais do Comitê Olímpico Brasileiro, especialmente nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Foi tão bem que chamou a atenção da Globo, e a emissora convidou para ser uma das apresentadoras da Central Olímpica, atração diária que vai resumir o dia em Paris, juntamente com Tadeu Schmidt.

Em conversa com o F5, Garay comentou o fato de seu desempenho à frente das câmeras já ter sido elogiado apenas com o que já foi exibido nas chamadas, durante os intervalos comerciais. Ela agradece os elogios e diz que não houve uma preparação específica para este trabalho. "Aconteceu", relembra.

"Não cheguei a me preparar. A verdade é que foi algo que surgiu. É claro que em algum momento eu pensei nisso, principalmente depois dessa pausa". Antes do Pan, Garay já tinha feito a cobertura dos bastidores da Superliga também para as redes. Ali a TV já viu o seu potencial. "Tive um convite, aqui da Globo, logo em seguida, para ser comentarista. Mas senti no meu coração que não era o que queria", conta.

O convite para a Central Olímpica chegou no início do ano. Ela ficou surpresa mas sentiu que agora era a hora. Garay conta que sabe da responsabilidade que é estar à frente de um programa em horário nobre da Globo. E está adorando, confiante. "Gosto desse tipo de desafio. Estou curtindo o que estou vivendo".

Futuro nas quadras

Voltar às quadras não é uma hipótese descartada, e ela tem duas certezas: a de que não vai ser fácil retomar a vida esportiva, e também que quer exercer a maternidade em sua plenitude. Ela pretende dedicar-se integralmente ao filho por um tempo depois que ele nascer.

"Meu bebê olímpico demorou um pouco a chegar (risos). Obviamente que naquele momento [quando deixou o esporte para ser mãe], eu tinha um sentimento maior de que em pouco tempo eu pudesse voltar. Hoje, pensando que são quase três anos fora das quadras, eu tenho convicção de que o meu trabalho vai ser muito mais difícil para voltar", disse.

"Não penso que seja impossível, porque continuo treinando, tenho um físico muito bom e quando me determino a fazer alguma coisa, realmente entrego tudo. Mas eu também tenho consciência de que vai ser um esforço muito grande. Vou curtir muito o meu momento de gestação. Mas imagino, por todos os relatos que eu escuto, que depois da gestação vem outro desafio: um menino pequeno", comenta.

"Eu não sei se eu vou querer abrir mão de estar presente, porque no esporte o que a gente mais vê são histórias de mulheres que depois da gestação voltam, mas sacrificam algo muito precioso, que é estar perto do filho. E eu, sinceramente, não sei se eu vou conseguir fazer isso", desabafa.