'Mulheres de Areia': Relembre cinco curiosidades da novela de Ruth e Raquel
Trama de 1993 será disponibilizada no Globoplay nesta segunda
Trama de 1993 será disponibilizada no Globoplay nesta segunda
Ruth e Raquel estão de volta. A trama de rivalidade entre as gêmeas idênticas vividas por Gloria Pires, uma boa e uma má, em "Mulheres de Areia" (1993), poderá ser revista a partir desta segunda (29), quando a história entra no catálogo do Globoplay.
Escrita por Ivani Ribeiro (1922-1995), a novela é considerada um marco da teledramaturgia brasileira. Na época em que foi exibida pela primeira vez, no horário das seis da Globo, registrou impressionantes 50 pontos de média audiência na Grande São Paulo.
No enredo, Ruth e Raquel disputam o amor de Marcos (Guilherme Fontes), rico empresário da fictícia cidade Pontal D’Areia, no litoral fluminense. Também estão no elenco Laura Cardoso, como Isaura, a mãe das gêmeas, Vivianne Pasmanter como Malu, irmã de Marcos, e Marcos Frota, que fez o emblemático Tonho da Lua.
Veja cinco curiosidades da novela:
"Mulheres de Areia" de 1993 é um remake da trama de mesmo nome que havia sido exibida na TV Tupi 20 anos antes, em 1973, com Eva Wilma no papel das gêmeas. Ambas são de autoria de Ivani Ribeiro e baseadas em outra novela escrita por ela, "As Noivas Morrem no Mar", transmitida na década de 1940 na Rádio São Paulo.
Para a segunda versão, porém, Ribeiro disse que fez mudanças importantes. "Abandonei o maniqueísmo dos contos de fada e humanizei as gêmeas. Hoje, o público já não acredita em personagens inteiramente bons ou ruins", afirmou a escritora em entrevista à Folha, em 1993.
Diferentemente da novela exibida em 1970, quando Ruth parecia a madre Tereza de Calcutá, no remake, ela não fica calada diante das maldades da vilã. "Sempre que a irmã provocar, Ruth vai reagir à altura. Há duas décadas, o máximo que faria era chorar no quarto", afirmou Ribeiro.
Por outro lado, Raquel também é menos má nesta versão. Ela manifesta o seu positivo com a mãe, dona Isaura, papel de Laura Cardoso. "Em 1973, Raquel maltratava a mãe. Agora, vai respeitá-la profundamente."
Para Gloria Pires, um dos momentos mais marcantes de "Mulheres de Areia" acontece no fim da novela, quando chega ao auge o duelo entre as irmãs, e Ruth, a boazinha, dá um tapa na cara de Raquel.
Em entrevista ao projeto Memória Globo, a atriz disse que a cena se destaca por unir dois aspectos fundamentais: a tecnologia "extremamente delicada e difícil" para conseguir colocar as gêmeas contracenando juntas (sendo interpretadas pela mesma atriz), casado com o ápice dramatúrgico da história.
"Ficou genial. Nós refizemos 11 vezes aquele tapa para que a mão coincidisse com o momento que já estava gravado em que eu virava o rosto, e a mão da Ruth esbofeteasse o rosto da Raquel na determinada altura certinha, que não ficasse nem muito para a frente nem muito para trás", detalhou. Tudo isso, completou ela, aliado com a "emoção daquele grande momento".
Para compor Ruth e Raquel, Gloria Pires disse que conversou com irmãos gêmeos a fim de entender como era esse relacionamento. "Era importante para mim ver como se dava essa mecânica e entender principalmente se essa questão de um se passar pelo outro era real, se não era só na dramaturgia. E era real", afirmou ela, aos risos, em depoimento ao site Memória Globo.
Ao longo da trama, a atriz teve de fazer em alguns momentos a Raquel se passando por Ruth, e, posteriormente, a Ruth se fingindo de Raquel. Pelo trabalho, Gloria Pires ganhou o prêmio de melhor atriz de televisão de 1993 da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
A artista já contou que o trabalho "minucioso" do figurino e caracterização das gêmeas a ajudou em toda essa composição. Ruth normalmente usava roupas e acessórios românticos e delicados. Já Raquel apostava em peças de cores mais escuras e chamativas, e uma maquiagem mais forte com a sobrancelha bem realçada.
"Eram esses detalhes que quando necessário eram transformados para que a Ruth fosse confundida com a Raquel, ou para que a Raquel se passasse pela Ruth e ninguém desconfiasse."
Para humanizá-las, a atriz também revelou que procurou trazer a vilã e a mocinha para a vida real. Desta forma, definiu Raquel como uma mulher ambiciosa. "Ela era uma pessoa que lutava com todas as armas que tinha, porque ela achava que merecia um lugar que ainda não era o dela."
Já Ruth não tinha esse tipo de ambição. "Ela era feliz ensinando as crianças, sendo professora ganhando o ordenadozinho dela, ela não queria ser rica, não queria ser glamurosa, ela era tranquila, em paz com ela e com o que ela tinha."
Marcos Frota como Tonho da Lua foi um dos grandes destaques de "Mulheres de Areia". Mas, além dele, outros dois atores fizeram teste para interpretar o marcante personagem, adorado por Ruth, e humilhado por Raquel: Eduardo Moscovis e Irving São Paulo.
Ambos ficaram com outros papéis na história. Moscovis deu vida a Tito, e Irving São Paulo a Zé Luís.
Em 1993, quando foi entrevistada por esta Folha, Ivani Ribeiro já dava o segredo para o sucesso de uma novela: "Qualquer folhetim perdura se os sucessivos narradores mesclarem o conflito passional com temas contemporâneos e atualizarem os traços psicológicos dos personagens", disse, na ocasião.
Por isso, além de fugir do maniqueísmo das gêmeas, ela também incluiu no remake uma trama ecológica de outra novela sua, "O Espantalho", de 1977, da Record. A história, lembrou ela, foi inspirada em fatos reais que presenciou em sua cidade natal, São Vicente, no litoral paulista.
No enredo, em nome do "progresso", Rafael (Jardel Filho), vice-prefeito da cidade, manda desinterditar as praias poluídas do local. O resultado é um surto de hepatite.
O protagonista de "O Espantalho" virou Virgílio em "Mulheres de Areia", papel interpretado por Raul Cortez (1932-2006), pai do mocinho Marcos. "Surgiu, assim, um novo Virgílio, vilão em dose dupla. Primeiro, porque oprime o filho. Depois, porque é o vice-prefeito ambicioso que desinterdita as praias."
Os embates entre Virgílio e Raquel, que se torna sua nora ao casar com Marcos, estão entre os destaques da novela. "As cenas dos dois eram ótimas, porque ele era aquele homem poderoso, habituado a dar ordens e todo o mundo seguir o que ele mandava, e encontra ali, aquela pessoa que era a Raquel, também cheia de vontade", recordou Gloria Pires.
Quem sofre também nas mãos do vilão é o prefeito ambientalista Breno (Daniel Dantas). Uma das armações de Virgílio é justamente colocar espantalhos na praia para instigar a população contra ele, ao simbolizar que o prefeito quer espantar os turistas.
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