Televisão

Patricya Travassos lembra que figurino de Mercedes, de 'Brega & Chique', era inspirado em Xuxa

Atriz diz que na pandemia escreveu um filme com o ex-marido Evandro Mesquita

A atriz Patricya Travassos

A atriz Patricya Travassos Reprodução/Instagram

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São Paulo

Patricya Travassos, 65, já trabalhava na Globo como roteirista de "Armação Ilimitada" (1985-1988) e já atuava havia anos nos palcos no grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone (ao lado de Regina Casé e Evandro Mesquita), quando, em 1987, estreou em uma novela da emissora.

Ela era a manicure Mercedes, de "Brega & Chique", trama escrita por Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), com direção de Jorge Fernando (1955-2019), que fez grande sucesso na faixa das sete na época –e chegou a bater a audiência da novela das oito, "O Outro", de Aguinaldo Silva.

"Foi uma novela tão legal. Sabe quando tudo dá certo", diz. Na história, a personagem da atriz era amiga e confidente de Rosemere, papel de Glória Menezes, protagonista ao lado de Marília Pêra. No enredo, Mercedes vivia um relacionamento amoroso complicado com Bruno (Cássio Gabus Mendes).

Travassos lembra que se divertia muito nas gravações, especialmente, com o figurino da manicure, que era inspirado no visual de Xuxa, então em plena ascensão como rainha dos baixinhos, nas manhãs da Globo. "Assim como todo o Brasil, era como se ela fosse uma grande fã de Xuxa e vestia tudo o que a apresentadora usava: a xuxinha no cabelo, as bijuterias todas combinando...Tudo muito colorido."

Não podiam faltar também, segundo lembra, as famosas botas brancas de Xuxa. "Conforme ela se mostrava mais apaixonada por Bruno, ela foi se enfeitando mais, ficando cada vez mais coquete para chamar a atenção dele", afirma.

Após ser reprisada no Viva no início do ano, "Brega & Chique" pode ser vista também no Globoplay, como parte do projeto da plataforma de resgatar e disponibilizar clássicos antigos. Para Travassos, essas tramas antigas têm feito sucesso no streaming, porque remetem à memória afetiva do brasileiro.

"As novelas têm um registro emocional na alma do brasileiro. Quando tocava a música-tema de uma novela, você sabia que horas era, se estava na hora do jantar. Tinha toda uma analogia, um ritual entre a sua vida e a novela. Mesmo que você não visse, você sabia porque em todo lugar que você fosse tocava aquela música, estavam falando daquela novela", opina.

A atriz afirma que as tramas do passado eram mais simples –"podiam ser resumidas em duas linhas"– e diz ter dúvidas se "Brega & Chique" conquistaria o público de hoje em dia, "que quer uma coisa mais dinâmica, com um ritmo mais rápido, e cheio de ganchos para você ver no dia seguinte".

Ela destaca que participar da trama foi muito importante para a sua carreira, porque a apresentou aos telespectadores. "Me jogou no mercado." Outro grande sucesso de Patricya Travassos também vai entrar no catálogo do Globoplay, mas ainda não tem data de lançamento. É "Vamp", história de 1991, em que ela fez a vampira Mary Matoso. "'Vamp' é uma loucura. Até hoje as pessoas acham que eu só fiz 'Vamp', e depois abandonei a carreira", diz, aos risos. "Mas essa é outra novela, que conversamos depois", despista.

FILME E QUARENTENA

Não, a última novela de Patricya Travassos não foi "Vamp". Ele fez diversos trabalho ao longo dos anos. A última novela foi "Espelho da Vida", trama exibida na faixa das seis da Globo, entre 2018 e 2019. Ao interpretar Grace e Graça, o público pôde conhecer um lado dramático da atriz pouco explorado na televisão, já que ela costuma aparecer mais em papéis cômicos.

"A gente fica muito rotulado em televisão. Você faz uma perua, pronto, só te chamam para fazer perua. Foi legal [fazer 'Espelho da Vida'] porque foi uma coisa bem diferente do que eu já havia feito."

Antes da pandemia, no início deste ano, Travassos voltou ao humor. Ela entrou na terceira temporada de "O Dono do Lar", série do Multishow que estreou a nova leva de episódios em agosto. Também neste ano, ela deveria ter gravado para o Globoplay a série "Minha Mãe É uma Peça".

Na história, ela iria fazer o papel de uma das irmãs de dona Hermínia, a protagonista criada e interpretada por Paulo Gustavo. A crise do novo coronavírus adiou as filmagens que ficaram para 2021, assim como a quarta temporada de "O Dono do Lar".

Particularmente, Patricya Travassos conta que a quarentena teve um lado positivo para ela. A atriz diz que conseguiu estudar, fazer cursos, ler e retomar projetos parados. Um deles foi um roteiro de filme, que escreveu em parceria com Evandro Mesquita, ator com quem foi casada nos anos 1980. "Conseguimos terminar, não sabemos para onde ele [o filme] vai. Tem a ver um pouco com a minha história de vida. É bem legal. Fizemos tudo online", conclui.

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