Durvalina, de 'Éramos Seis', tem a humildade e sabedoria de seus ancestrais, diz Virgínia Rosa
Atriz e cantora interpreta papel que foi de Chica Lopes nas versões de 1977 e 1994
Humilde, solidária, amorosa e dona de uma sabedoria popular que vai ajudar muito Lola (Gloria Pires). É assim que a atriz e cantora Virgínia Rosa, 52, define a sua personagem em "Éramos Seis" (Globo): Durvalina, a empregada da família Lemos.
"O grande desafio para mim é reproduzir uma empregada doméstica da década de 1920 a 1940, com a postura, a conduta daquele tempo. O que se passava pela cabeça da Durvalina, que é uma personagem muito próxima ainda da abolição da escravatura", diz Rosa. De fato, apenas 32 anos separam a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil, do período em que se passa o início da trama, nos anos 1920.
Para a atriz, interpretar Durvalina é uma forma de reverenciar a sua família, os seus ancestrais e também à atriz Chica Lopes (1925-2016), que deu vida ao papel em outras duas versões de "Éramos Seis", em 1977, na Tupi, e em 1994, no SBT.
"O que eu tenho em comum com a personagem é justamente a minha origem, a minha mistura de negros com índios (...) Ao pensar nas minhas referências, não posso deixar de lembrar da minha mãe, das minhas tias, da minha avó, o que traz até uma emoção para mim", afirma ela.
Na história, Durvalina é querida e acolhida por Lola, Júlio (Antonio Calloni) e seus quatro filhos. Além de servir à família, ela também dá conselhos valiosos e, com uma pitada de humor, não deixa de falar o que pensa quando vê que algo está errado, especialmente com Alfredo (Pedro Sol/Nicolas Prattes), o menino problema da casa.
"A Durvalina apresenta essa humildade, mas traz também essa sabedoria que eu posso dizer que seria da Mãe Preta, que abraça e que acolhe todo o mundo", diz a atriz. Esta é a terceira novela de Rosa, que estreou em 2015 em "Babilônia" (Globo) e depois fez a empregada Madalena, de "Pega Pega" (2017).
Para ela, "Éramos Seis" resgata um público da TV que espera um tipo de programa mais leve e que provoca conforto "nesses dias tão duros que estamos vivendo". "As pessoas querem coisas mais leves também. Não uma alienação, mas sabe quando vem um afago no final do dia. Depois de trabalho, trabalho, trabalho, agora eu vou ver a novela "Éramos Seis", tão gostoso ver aquela novela...A Durvalina vai trazer também esse universo lúdico, de solidariedade, de compaixão, de bondade", conclui.
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