Televisão

Ricardo Boechat morre em queda de helicóptero aos 66 anos; relembre trajetória do jornalista

Boechat comandava um telejornal e um programa de rádio na Band

O jornalista Ricardo Boechat, em evento de jornalismo realizado pela Folha - Eduardo Knapp/Folhapress
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São Paulo

O jornalista Ricardo Boechat morreu nesta segunda-feira (11), aos 66 anos, após a queda do helicóptero em que viajava em São Paulo. Um dos mais premiados jornalistas brasileiros, Boechat comandava dois programas diários, A Notícia com Ricardo Boechat, um matinal na rádio BandNews FM, e o Jornal da Band, à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.

O jornalista conquistou o Prêmio Esso, o mais prestigioso do país, em três oportunidades, em 1989, 1992 (na categoria Informação Política, com Rodrigo França) e 2001 (na categoria Informação Econômica, com Chico Otávio e Bernardo de la Peña). Ele é também o maior ganhador do Prêmio Comunique-se, troféu que recebeu em três categorias: âncora de rádio, colunista de notícia e âncora de TV.

Filho de um diplomata brasileiro, ele nasceu em 13 de julho de 1952 em Buenos Aires, na Argentina, quando o pai servia o Ministério das Relações Exteriores. Sua mãe é a argentina Mercedes Carrascal, 86, que vive em Niterói desde 1956.

​Boechat começou a carreira no jornalismo na década de 1970 como repórter do agora extinto jornal Diário de Notícias. Em 1983, foi para o jornal O Globo e, quatro anos mais tarde, chegou a ocupar a secretaria de Comunicação Social do Rio de Janeiro no governo Moreira Franco (1987-1991). Ele voltou para o jornal carioca em 1989, como editor da coluna Swann, que mais tarde, foi rebatizada com seu nome.

O jornalista passou também pelos jornais O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil.

Em 1997, ele passou a ser destaque na rede Globo, no qual fazia um quadro de opinião no matinal Bom Dia Brasil. Já na época, seus comentários rendiam polêmicas. Deixou a Globo em junho de 2001.

Entrou para o Grupo Bandeirantes como diretor de Jornalismo no Rio. Em fevereiro de 2006, mudou-se para São Paulo, para ancorar o Jornal da Band, principal noticiário da emissora. Desempenhava a mesma função no programa diário na rádio BandNews FM, transmitido para todo o Brasil. Assinava ainda uma coluna semanal na revista IstoÉ, com a colaboração de Ronaldo Herdy.

Em 2015, o jornalista revelou ter depressão. Ele falou da doença durante um dos seus programas diários. "A depressão não escolhe vítimas por seu grau de instrução ou situação econômica. Castiga sem piedade e da mesma forma pobres e ricos, anônimos e famosos."

É autor do livro "Copacabana Palace - Um Hotel e Sua História" (Ed. DBA, 206 págs, R$ 95). A obra, que conta a trajetória do hotel preferido das celebridades internacionais localizado em plena praia de Copacabana, no Rio, foi publicada em 1998, quando o prédio completava 75 anos. 

Ele vivia seu segundo casamento ao lado de Veruska Seibel, com quem estava desde 2005. Tinha duas filhas com ela: Valentina, 12, e Catarina, 10. Era pai também de Bia, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.

Em sua última coluna na revista "IstoÉ", publicada na sexta-feira (8), ele falou, entre outros assuntos, de corrupção, da dança das cadeiras com a troca de poder no Senado e da tragédia de Brumadinho. A sucessão de tragédias no país foi tema de seu último programa matinal no rádio.

O corpo de Boechat foi velado durante esta terça-feira (12) no MIS (Museu da Imagem e do Som), na zona sul da capital paulista. Entre políticos, jornalistas, artistas e fãs, centenas de pessoas passaram pelo local desde a chegada do caixão, às 23h20 de segunda, sob uma salva de palmas dos presentes. 

O corpo do jornalista será cremado em uma cerimônia privada restrita à família, às 16h desta terça-feira, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

 

Com UOL

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