Fabíola Reipert lidera Ibope desde julho com A Hora da Venenosa: 'Não me acho famosa, eu sou?'
Atração da Record bate recordes e ganha da Globo com fofocas
A jornalista Fabíola Reipert, 45, tem se surpreendido com os resultados do quadro A Hora da Venenosa, que comanda dentro do programa Balanço Geral, ao lado dos amigos Reinaldo Gottino e Renato Lombardi, além da divertida cobra Judite, de segunda a sexta-feira, das 14h às 15h, na Record.
Desde 16 de julho, quando acabou a Copa do Mundo e a Globo voltou a exibir o Vídeo Show no mesmo horário do quadro de Fabíola, a Record ganhou mais de 30 embates contra a concorrente na audiência da Grande SP.
À frente da atração desde o começo de 2014, Fabíola, que assinou por dez anos a coluna Zapping, no jornal Agora, conta que não imaginava a repercussão que teriam suas fofocas do mundo das celebridades.
"Nem eu nem meus colegas de bancada. Nem passava pela nossa cabeça vencer assim. Desde quando esse cenário começou, ficamos até meio assustados", diz. "Mas tem um gostinho... Quem não curte o gosto da vitória? É muito bom. É o reconhecimento do trabalho."
E por falar em reconhecimento, Fabíola conta que, rixas com famosos à parte, ela tem até fã-clube –outra coisa que jamais imaginou. "Não me acho famosa. Eu sou famosa?”, pergunta, antes de contar como tem sido a sua rotina.
"Me chamam de venenosa na rua. Depois que fiquei trabalhando só na TV [deixou de escrever um blog, na internet], muita coisa mudou. Hoje em dia, me pedem para tirar foto, para mandar beijo para o Lombardi. Não era meu objetivo a fama. Mas eu agradeço. E muitos homens gostam de fofoca também!”
Se ganhar da Globo não estava nos planos, permanecer crescendo, isso, sim, gera expectativas na jornalista. "O sucesso eu divido com todos. A cobra Judite também é importante, pois ela solta umas pérolas, erra os nomes dos famosos. Na feira, só me perguntam dela”, diverte-se.
Por falar na personagem, Judite também adora a parceria com Fabíola. "Começamos a fazer o programa juntas desde o começo. E foi amor à primeira vista, porque ela é um pouco venenosa, e eu... Bom, eu sou uma cobrinha, né?”, diz a mascote, sem revelar a identidade de quem a manipula.
Com pés no chão, os apresentadores colhem os frutos do bom desempenho. "Só temos de agradecer. Não sei até quando dura a Venenosa, é um ciclo. Sem o público, não somos nada”, encerra Fabíola.
Procurada, a Globo afirma por nota que, considerando o cenário nacional, é líder. "Desde que voltou ao ar, após a Copa do Mundo, o Vídeo Show tem média de 10 pontos de audiência no PNT (Painel Nacional de Televisão), 2 acima da vice."
RECORD ACUMULA MAIS DE 30 VITÓRIAS
Desde o dia 16 de julho, quando o Vídeo Show (Globo) retornou à programação sem Otaviano Costa como apresentador, a atração tem perdido para o quadro A Hora da Venenosa (Record), segundo dados da Kantar Ibope na Grande SP (cada ponto equivale a quase 72 mil domicílios).
A atração de Fabíola Reipert venceu mais de 30 vezes a da Globo, com Sophia Abrahão e as ex-BBBs Ana Clara, Fernanda Keulla e Vivian Amorim. Os bons índices refletiram na média de agosto. No embate entre os programas, especificamente entre as 14h e as 15h, a Record levou vantagem, com 10 pontos de média contra 8,9 da concorrente carioca.
Agora que esse cenário se estabilizou, Fabíola avalia os caminhos para se manter no topo. "Em time que está ganhando não se mexe. Claro que, se surgir um personagem que chegue para acrescentar, ok. Mas do jeito que está é bom", comenta.
A apresentadora diz que, dentro da Record, mesmo com os ótimos números de audiência, não há pressão. “A gente trabalha tranquilo, não recebe pressão de ter de ganhar. Ninguém diz que, caso a vitória não ocorra, o quadro vai acabar. Não tem estresse.”
Agora, comediantes chegam para reforçar o Vídeo Show, como Carioca e Maurício Meirelles, em busca de ibope. Mas a fase de transição do tradicional programa da Globo não parece ter acabado.
Para especialistas em TV, o sucesso do quadro A Hora da Venenosa é resultado de fatores como o entrosamento entre Reinaldo Gottino, Fabíola Reipert e Renato Lombardi, além da curiosidade do público e das gracinhas feitas ao vivo.
Segundo Elmo Francfort, diretor do Instituto Memória da Mídia, a atração tem muitos méritos. “Dá resultado porque tem público. E esses fãs buscam notícias do mundo das celebridades a todo instante. Radionovelas sempre fizeram sucesso por isso”, compara.
Para o pesquisador Fabio Wajngarten, a Record foi muito feliz na composição da bancada. "Essa mistura de notícia com fofoca mais a sintonia dos apresentadores deu resultado, o público comprou. É uma atração bem popular.”
Para ele, o Vídeo Show precisa se mexer. “Ou muda, ou vai ladeira abaixo. O problema não é só apresentador, mas também entra na parte de conceito e de formato, já desgastados.”
Já Francfort acredita que o programa da Globo tem tudo para se reerguer. “É um momento de transição. Tempos atrás, até achar o Otaviano [Costa], houve outro momento de busca por um sentido no Vídeo Show. A atração valoriza profissionais de TV, e sinto que é interessante que tente redescobrir sua vocação”, complementa Francfort.
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