Televisão

'Veteranos podem fazer bons trabalhos com os jovens', diz Eva Wilma, que retorna às novelas

A atriz, longe da TV há três anos, é a Petra de 'O Tempo Não Para'

Eva Wilma nos bastidores do show Ò Crise, que crise?" no Teatro J. Safra
Eva Wilma nos bastidores do show Ò Crise, que crise?" no Teatro J. Safra - Mastrangelo Reino/Folhapress
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Descrição de chapéu Agora
Cris Veronez Leonardo Volpato
Rio de Janeiro e São Paulo

Aos 84 anos, Eva Wilma está de volta à TV, após três anos longe, em participação que vai durar ao menos até o fim do mês, em "O Tempo Não Para" (Globo). "Os veteranos podem fazer bons trabalhos com os jovens", avalia ela, sobre as diferentes gerações presentes no elenco da trama das sete, que estreou no último dia 31.

“Estou comemorando 65 anos de carreira e jamais vou perder o prazer de fazer meu trabalho, do ofício de ser atriz e de defender a cultura”, avalia Eva, que desta vez interpreta a médica Petra, especialista em criogenia, ciência que estuda a manutenção da vida sob baixa temperatura.

A personagem vive um dilema entre ética e ambição na história de Mário Teixeira: é ela quem encontra a família que foi congelada em 1886 e volta à vida após 132 anos.

Antes deste papel, o último trabalho de Eva na TV foi em “Verdades Secretas” (Globo), como a alcoólatra Fábia, em 2015. De lá para cá, ela participou de projetos no teatro, no cinema e também gravou a série “Os Experientes”, da Globo.

“Gosto de ser atriz nesses três veículos [teatro, cinema e televisão], mas a escola do ator está no espaço cênico livre, ao vivo e de corpo inteiro. Eu preciso voltar à escola esporadicamente. Mas a Petra também é uma evolução para mim. Não está no espaço cênico livre, mas está na janela para o mundo que é a televisão.”

Petra, a princípio, não ficará muito tempo na trama. A Globo afirma que ainda não tem o desfecho da personagem, mas diz que a artista faz apenas uma participação. Eva, por sua vez, diz estar fascinada com o trabalho junto a profissionais mais jovens: “A gente fica contente quando eles conseguem um espaço na TV, porque existem muitos talentos por aí”.

E conta estar sempre em aprimoramento. “Minha formação de atriz foi cantar, dançar e representar. Voltei a estudar. Sempre digo que tanto o ator quanto os outros profissionais têm que evoluir a vida inteira.” Eva, que iniciou sua carreira no balé e aprendeu a cantar com Inezita Barroso (1925-2015), apresentou-se recentemente no musical “Casos e Canções”, ao lado do seu filho John Herbert Junior.

AMIGOS SONHAM COM REENCONTRO

Entre as dezenas de artistas que contracenaram com Eva Wilma ao longo de seus 65 anos de carreira está a amiga Ana Lúcia Torre, 73, com quem a atriz trabalhou na lendária novela “A Indomada” (1997) e também em “Verdades Secretas” (2015).

“Quase deu certo de eu voltar a contracenar com ela pouco tempo atrás, mas sei que ainda vai acontecer”, fala Ana Lúcia, que relembra bons momentos. “Com Vivinha, sempre tive uma convivência agradável. Ela é um dos ícones, me ajudou muito. Em ‘Verdades’, a criatividade dela em cena era contagiante”, diz.

Rainer Cadete, 31, é outro que atuou ao lado de Eva na trama de 2015. “Sempre fui fã dela. Então, de repente, quando a vi fazendo a leitura das cenas, fiquei maravilhado. Aquilo foi inesquecível para mim. Quero ter a chance de voltar a fazer uma novela com ela”, conclui.

"ELA É O SONHO DE QUALQUER ROTEIRISTA"

Para especialistas em TV, voltar a ver em cena atrizes do tamanho e da grandeza artística de Eva Wilma é um privilégio tanto para os telespectadores quanto para a televisão brasileira.

“Ela é espetacular, é capaz de fazer uma variedade grande de personagens e é o sonho de consumo para qualquer roteirista”, avalia o pesquisador Fabio Wajngarten. “Eva Wilma, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Lima Duarte: a velha guarda do talento nato. Eles são o top”, completa.

Para o pesquisador Dirceu Lemos, analisar o trabalho de Eva é fácil. “Ela está no topo de um círculo dourado que contempla os melhores da dramaturgia”. Ele vê com bons olhos o retorno de atores e atrizes mais velhos a papéis de destaque nas principais novelas da emissora. “Ter gente desse calibre tem sido raro. A novela ‘O Outro Lado do Paraíso’ [Globo, 2017] foi um exemplo de que é possível”, avalia.

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