Televisão

Patrícia Elizardo formará triângulo amoroso com casal inter-racial em 'O Outro Lado do Paraíso' 


Bruno (Caio Paduan) e Raquel (Erika Januza) em cena da novela "O Outro Lado do Paraíso"
Bruno (Caio Paduan) e Raquel (Erika Januza) em cena da novela "O Outro Lado do Paraíso" - Divulgação


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A novela "O Outro Lado do Paraíso", de Walcyr Carrasco, começa na próxima segunda (27) uma nova fase, com uma trama mais leve e ágil. Os atores Caio Paduan e Erika Januza roubaram a cena como o casal inter-racial Bruno e Raquel nessa primeira fase. 

​Nessa virada do folhetim, eles continuarão a ser um dos principais destaques, porém, Bruno e Raquel formarão um triângulo amoroso com a chegada de Tônia, interpretada por Patrícia Elizardo.

A atriz Patricia Elizardo que interpretará Tônia na nova fase de "O Outro Lado do Paraíso"
A atriz Patricia Elizardo que interpretará Tônia na nova fase de "O Outro Lado do Paraíso" - Divulgação

Elizardo conta que a relação entre Tônia e Bruno começa como amizade e irá se desenvolver após a mãe do rapaz, Nádia (Eliane Giardini), conhecer Tônia e apresentá-la para o filho por acreditar que ela é a "pessoa perfeita" para afastá-lo de Raquel.

"Ele ama a Raquel de coração, mas as barreiras serão muito fortes. A Tônia vai se interessar muito pelo Bruno e eles irão se aproximar", diz Paduan.

O preconceito racial e social vivido por Raquel foi um dos focos da primeira fase da trama. De acordo com os atores, Nádia conseguirá separar o casal, mas terá que sofrer com o rancor do filho na próxima etapa da novela.

"Pela mãe, ele vai sentir apenas dor e 'ranço'. O Bruno estará em uma relação com alguém que ele não ama. Mas talvez ele tenha a oportunidade de reencontrar a Raquel e lutar por este amor sem a interferência de ninguém", afirma Paduan.

Para ele, a profissão do artista existe para informar e educar a sociedade. "É um privilégio falar disso na televisão, principalmente pelo momento que o país está vivendo, com um grande volume de opiniões racistas, erradas e preconceituosas surgindo."

A posição do ator é compartilhada por Elizardo, que atribui o sucesso da novela à proximidade com a vida real. "Vivemos num mundo de cabeça para baixo. A novela vai de A a Z nas feridas do mundo. É o dever de mais artistas pegar estas feridas e transformar em arte."

"Eu nasci branco, homem, heterossexual, de classe média. Ou seja, nasci altamente privilegiado em um país que é homofóbico e racista", afirma Paduan. "As pessoas no Brasil pensam de forma muito pequena e limitada." A atriz ainda acrescenta que "as pessoas pensam que seus problemas são mais importantes do que os do outro, mas existem questões complicadas e faz parte do papel da dramaturgia apresentá-las."

Além de retratar o racismo, "O Outro Lado do Paraíso" aborda a violência doméstica como tema central. Paduan acredita que o alcance da televisão a torna o veículo mais importante para lidar com temas complexos. "A arte não vem só para entreter, mas para espelhar a sociedade, mostrando coisas que temos dentro de nós e que incomodam."

"São temas que devem ser gritados, como estamos fazendo. A mulher é vítima de uma sociedade machista que propaga a cultura de estupro e mantém o homem como superior. Além disso, o racismo no Brasil é surreal. Mais de 50% da população é negra e talvez sejamos o país mais racista do mundo", diz o ator.


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