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Globo esconde quem sai de lá, diz autor de novela da Record

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No próximo dia 10, a Record estreia a novela "Máscaras", a terceira de Lauro César Muniz na emissora. A direção é de Ignacio Coqueiro. Mesmo durante coletiva sobre a trama, no Rio, mais se falou sobre a Globo do que qualquer outra coisa.

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"'Máscaras' já está desmascarando a concorrência", disse o vice-presidente comercial da emissora, Walter Zagari, acompanhado de aplausos acalorados —por muitas vezes exagerados— do elenco, formado por muitos ex-globais, como Paloma Duarte, Giselle Itié e Raul Gazolla.

"Nossa teledramaturgia hoje não deixa nada a desejar. Hoje somos 50% do tamanho deles, das 7h à meia-noite. Mais dia, menos dia a gente vai estar, de fato, dividindo a liderança com esses caras. Nosso planejamento estratégico é em, no máximo cinco anos, dividir com eles o faturamento. Vai ser um sonho", continuou Zagari.

Segundo o autor, a trama parte do sequestro de Maria Benaro (Miriam Freeland) e seu filho. Seu marido, Otávio (Fernando Pavão) não medirá esforços para encontrar a família.

Crédito: Fabio Braga - 23.mar.12/Folhapress O dramaturgo Lauro Cesar Muniz, autor de "Máscaras", nova novela da Record.
O dramaturgo Lauro Cesar Muniz, autor de "Máscaras", nova novela da Record.

"Os telespectadores da classe C, erroneamente chamados de idiotas, logo estarão por dentro da história", afirmou Lauro, numa clara crítica à Globo, que este ano anunciou que voltará mais a sua programação para o "povão", que representa 50% do consumo de produtos e serviços.

Segundo Lauro, a teledramaturgia brasileira anda mal, "num momento infeliz". Para ele, os autores devem respeitar mais o público.

"O problema da Globo é que ela mudou a direção. Boni [principal executivo da Rede Globo por mais de vinte anos] e Daniel Filho [diretor] se afastaram. As pessoas que estão gerindo hoje a televisão, do ponto de vista artístico, não são ligadas à arte, mas ao mercado. Estão focadas apenas na audiência", lamentou.

Mesmo lembrado de que "Fina Estampa" (Globo), trama de Aguinaldo Silva que foi ao ar até este mês na faixa das 21h, bateu recordes de audiência, Lauro desdenhou.

"No passado nossas novelas chegavam a 60 pontos na média, como 'Salvador da Pátria'. Hoje não dá isso", afirmou. "Fina" chegou a marcar 45 pontos.

O autor garantiu que não tem mágoas da antiga emissora, mas lamentou que não seja lembrado.

"Acho que eles escondem aqueles que saíram de lá como se nunca tivessem existido. Eles fazem isso e me magoa. Vejo cenas de minhas novelas sendo exibidas e colocam lá o nome de um diretor como se não fossem minhas. É uma coisa estranha. É como ter um filho em uma instituição que não o deixa falar o nome do pai".

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