Campeão do Voice+, Zé Alexanddre vai lançar singles de blues e soul
Carioca de 63 anos credita troféu à sua ousadia: 'Surpreendi e inovei'
Carioca de 63 anos credita troféu à sua ousadia: 'Surpreendi e inovei'
Quando ouviu seu nome alçado ao posto de vencedor da primeira temporada do programa The Voice+ (Globo), dedicado aos talentos com mais de 60 anos, o cantor carioca Zé Alexanddre, 63, afirma que passou um filme por sua cabeça.
O título do reality musical representa a concretização de um sonho e de uma batalha árdua desde 1978 quando começou a cantar profissionalmente. "Foi uma mistura de adrenalina, apreensão e empenho. Tentei cuidar da mente. Os velhinhos estavam com tudo", diz o cantor, fez sucesso no final da década de 1970 ao gravar a canção "Bandolins" ao lado de Oswaldo Montenegro.
Naquele momento ele sabia que sua vida iria mudar e a fama, até então nunca conquistada, chegaria de forma muito rápida. E chegou nos dias seguintes. “Outro dia estava na rua e passei por uma obra. Os caras me reconheceram mesmo de máscara. Um deles até ligou para a mulher na hora”, diverte-se Zé Alexanddre, que representou o time de Claudia Leitte na competição.
De fato, Zé Alexanddre teve um bom desempenho no programa musical da Globo. Adepto do jazz, blues e soul, o cantor carioca chegou forte para a decisão. Com vigor no palco, deixou Claudia Leitte boquiaberta em toda apresentação.
Ela se referiu a ele como “sobrenatural” após seu show com a música “That’s What Friends Are For”, sucesso na voz de Rod Stewart, na semifinal. Na final, ele se arriscou ao cantar Queen. Com “Somebody To Love”, levou a técnica ao delírio e foi chamado de "fenômeno" por ela.
Para Zé, sua ousadia o levou ao título. "Fui um grande merecedor, pois eu surpreendi e inovei. Apostei numa modernidade quando cantei James Morrison [‘You Give me Something], por exemplo”, diz o cantor. Para ele, o fato de ter quebrado tabus e paradigmas favoreceu. “Investi em coisas corajosas, cantei ‘Natural Woman’ que fala do universo feminino, e homem catando isso é ousado. Estava gabaritado."
Com um prêmio de R$ 250 mil e contratado pela gravadora Universal, Zé Alexanddre afirma que a ideia agora é não fugir do estilo que o levou ao estrelato no reality. As baladas de soul, jazz e blues farão parte de seus futuros projetos.
"Vamos gravar ao menos um single em breve. Essa música pode ser uma releitura desses ritmos ou mais autoral. Sou um compositor cheio de canções para mostrar", diz o artista.
Embora os ritmos apresentados no programa The Voice+ sejam os preferidos, Zé se diz eclético e revela ter alguns sambas guardados para, quem sabe, serem lançados no futuro. Quando fazia uma média de 15 shows por mês, antes da pandemia, ele diz que cantava de reggae a valsa.
Agora, porém, ele terá de esperar a pandemia passar para colher os frutos. “Sou um cara da estrada, sempre fui. Essa possibilidade de rodar o país é maravilhosa, gosto muito. Num futuro pós-pandemia, quero montar uma banda. Sou um viajante meio cigano”, afirma. "O momento agora é de plantio. E não existe melhor plantio do que esse no reality. Estamos com a faca e o queijo na mão."
Nem mesmo parcerias com outros participantes estão descartadas. Zé conta que quer fazer lives com amigos que fez no reality e que no futuro pensa em gravar com alguns deles. Dudu França e João Carlos Albuquerque estão entre eles.
Enquanto aguarda por esse momento, Zé Alexanddre vai curtindo o aumento de seguidores em suas redes sociais. Apesar de ser avesso à tecnologia, gosta de saber tudo o que acontece por meio dos filhos que gerenciam as contas. Até proposta para parceria em seguro funerário ele já recebeu.
“Tem coisas engraçadas, mas eu nem leio”, diz, aos risos. “Mais do que o público aumentar, The Voice+ me deu a certeza de que foi feito um trabalho bom. Vejo muita gente dizer que finalmente reconheceram meu talento”, conclui.
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