Música

Após críticas, Gusttavo Lima afirma que foi censurado e que não fará mais lives

Cantor diz que queria dividir intimidade e mostrar sua vida fora dos palcos

Gusttavo LIma faz live e bebe muito, em 11/4/2020
Gusttavo LIma faz live e bebe muito, em 11/4/2020 - Reprodução
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São Paulo

Gusttavo Lima, 30, afirmou via Twitter na madrugada desta quinta-feira (16) que não fará mais lives para evitar ser censurado. O cantor fez um show por transmissão ao vivo no sábado (11), pelo qual foi criticado ao aparecer proferindo palavrões e bebendo de cerveja a tequila, mostrando estar alterado em algumas ocasiões.

"Acho que o grande segredo da live é tirar o lençol do fantasma. Acho que uma live engessada e politicamente correta não tem graça. O bom são as brincadeiras, a vontade, levar alegria, alto astral para as pessoas que estão agoniadas nesse momento. Não farei live pra ser censurado", escreveu ele em seu perfil no Twitter.

"Juntos, ajudamos muitas pessoas. Foram toneladas de alimentos e arrecadações... Fizemos nosso papel, Deus abençoe a todos", afirmou em seguida.

Após a live, o cantor virou alvo do Conar, órgão de regulamentação publicitária, que abriu uma representação ética contra o sertanejo e a Ambev por possíveis irregularidades em relação ao consumo de bebida alcoólica na transmissão.

A live, que teve uma mensagem "a todos os cachaceiros desse mundo" em sua abertura, durou sete horas e meia e teve 5,5 milhões de acessos simultâneos. Uma semana antes, o cantor já havia feito uma outra apresentação online que durou cinco horas e teve mais de 750 mil acessos simultâneos.

Anteriormente, Lima já havia usado o Twitter para tratar das críticas que recebeu : "Àqueles que só criticam e não ajudam em nada, vai um conselho: não precisam ajudar, mas não atrapalhem quem está procurando ajudar nossos irmãos necessitados", escreveu ele na quarta-feira (15).

Em seus tuítes, Lima disse que os artistas estão procurando uma forma de interagir com o público durante a quarentena provocada pela pandemia do novo coronavírus. "Estamos prestando um grande serviço social por meio dessas lives", escreveu.

"Além de shows ao vivo, estamos arrecadando e fazendo doações para entidades e pessoas carentes que neste momento passam por extrema necessidade... Estamos dividindo as nossas intimidades, mostrando ao público como é nossa vida fora dos palcos, compartilhando momentos únicos!", completou.

A representação no Conar foi aberta após dezenas de denúncias de internautas, envolvendo desde a falta de mecanismo para o acesso de menores de idade até o consumo excessivo de bebida alcoólica pelo músico, o que poderia ser considerado um estímulo ao consumo irresponsável do produto.

Em nota, o Conar afirmou que, apesar do formato inovador das apresentações online, elas devem seguir “princípios fundamentais da comunicação comercial do segmento, com a divulgação responsável de bebidas alcoólicas e com os cuidados para que não seja difundida a crianças e adolescentes”.

Procurado, Gusttavo Lima afirmou, por meio de sua assessoria, que "os esclarecimentos necessários serão prestados conforme determinado na referida citação". "O departamento jurídico está acompanhando o caso, tratando-se, portanto, de uma citação de processo administrativo e não se trata de processo judicial."

Já a Ambev afirmou que tem patrocinado algumas lives nesse momento de quarentena "sempre com o cuidado de assegurar as medidas de higiene e distanciamento social e com a devida orientação prévia aos artistas sobre as regras do Conar de publicidade de bebidas". Mas destaca que "em algumas lives, de forma totalmente espontânea, algumas orientações não foram seguidas".

"Estamos reforçando as regras dado esse novo contexto de entretenimento virtual e estamos mais do que nunca comprometidos com o consumo responsável de nossos produtos", afirmou a Ambev em nota. "Vale lembrar que a live é de propriedade do artista, muitas vezes realizada em sua casa, o que representa um desafio."

O cantor e a Ambev terão agora 20 dias para apresentar defesa, se assim quiserem. Caso o Conar entenda que houve irregularidade, as penas podem ser a alteração da peça publicitária, neste caso alteração da live, e advertência aos responsáveis.

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