Música

Geraldo Azevedo lança CD e DVD ao vivo e inicia nova turnê com sede de gravar disco de inéditas

Registro foi feito no ano passado, com clássicos e novas canções

Geraldo Azevedo
Geraldo Azevedo - Instagram/Geraldo Azevedo
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São Paulo

Com uma carreira de clássicos e parcerias com os amigos Alceu Valença e Zé Ramalho, e muitos outros, o músico e compositor Geraldo Azevedo, 75, nunca saiu da estrada. Há mais de oito anos que ele não lança um novo trabalho até que anunciou o CD/DVD “Solo Contigo”, com clássicos e inéditas, em voz e violão. A gravação dá início a uma turnê dia 12 de abril, no Recife (veja as datas abaixo).

“Fazia muito tempo que eu não lançava nada, nem dava entrevistas como estou fazendo agora. Parece até que estou começando a minha carreira de novo”, brinca Geraldo Azevedo, ao celebrar o primeiro DVD que registra um show seu só em voz e violão. A gravação foi feita em setembro do ano passado, no Centro Cultural João Nogueira.

“Tenho algumas gravações nesse formato, como o LP ‘Luz do Sol’ [de 1985] e o CD ‘Ao Vivo Comigo’ [de 1994]. Faço muitos mais shows voz e violão na estrada do que com banda, então faltava fazer esse registro em DVD. Sinto por não ter começado a gravar nesse formato antes, para ter um registro meu mais novinho”, brinca o artista.

Para ele, esse formato é sua especialidade porque ele registra a reação de seus fãs. Os clássicos de Azevedo, como “Táxi Lunar” e “Caravana” entre tantos outros, são cantados em coro pelo público. “A interação é muito grande, eu me sinto gratificado e elogiado de ver as pessoas cantando músicas que marcaram a minha vida e a delas”, celebra o músico.

Mas um DVD não poderia ficar só nas canções do passado na opinião de Azevedo. “Todo o mundo na gravadora, os produtores, já falaram de primeira que eu tinha de gravar os meus clássicos nesse DVD, porque é o que todos querem ouvir”, lembra o compositor, que quase mudou todo o projeto para lançar um álbum completamente inédito.

Azevedo já tem muitas canções guardadas para esse projeto que ele espera vir logo. “Tenho muita música nova, e preciso muito lançar logo um disco de inéditas, quase que eu mudei de ideia, na verdade. Claro que esse é um registro importante, mas o sonho da gente é sempre mostrar a nossa criatividade ao povo”, afirma o artista.

O trabalho que enaltece as letras das canções de Geraldo Azevedo prova que ele gosta realmente de criar. “Toco violão todos os dias, toco músicas dos outros artistas, mas encontrar novas melodias é a minha maior realização. Sinto-me abençoado ao compor uma música, é sempre um recomeço, é sentir o sabor do início de uma carreira novamente”, afirma o artista.

Entre as inéditas, Geraldo musicou um poema do ator e dramaturgo Mário Lago, “O Amor Antigramático”, gravou “Pensar em Você”, de Chico César, e fez uma homenagem a Luiz Melodia, ao registrar a canção “Estácio, Eu e Você”. “Senti muito a morte dele. É uma pessoa que continua presente na minha vida. Sonhamos trabalhar juntos, viajamos fazendo shows na Europa. O nome dele é totalmente ligado à história da música brasileira”, diz Azevedo. Luiz Melodia morreu em 2017 aos 66 anos. ​

LETRAS VEM DA AMOR E DAS DORES DA VIDA

A inspiração sem fim de Geraldo Azevedo vem na observação do ser humano. Ele fala de amor em suas letras, mas também se preocupa com os rumos que o planeta e a sociedade vêm tomando. “Estou sempre ligado no amor e na dor, que estão sempre por perto. A injustiça social inspira também. A gente convive com os desajustes do ser humano”, afirma o artista.

O último disco de Azevedo, lançado em 2011, foi um pedido de ajuda ao rio São Francisco. O artista cresceu em Petrolina (PE), às margens desse rio. “O desequilíbrio da natureza causada pelo ser humano é um tema forte. Por isso mesmo, fiz só sobre o rio São Francisco. Nasci à beira dele e sinto que estamos perdendo a água. O ser humano é maluco, e suja a própria água que ele vai beber”, contesta o artista.

As canções são a ferramenta de Azevedo para divulgar seu ativismo. “A música é uma arte que tem um alcance muito grande. Você não precisa abrir os olhos para ver um quadro ou ver um espetáculo. A música chega até pelas suas costas e te atinge de todas as maneiras.”

O artista que viveu no período da ditadura militar, sofrendo com a censura, lamenta a maneira como esse período é lembrado hoje. "Há mudanças negativas e é preciso ter resiliência para suportá-las. É muito decepcionante ver algumas coisas acontecendo, mas não quero entrar em um pensamento derrotista. A vida é uma onda, é feita de altos e baixos. A onda agora está bem estranha, puxando para trás, mas daqui a pouco ela volta!"

DATAS DA TURNÊ

  • 12/04, no  Teatro Guararapes - Recife (PE)
  • 13/04, no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA)
  • 25/04, no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, em Mossoró (RN)
  • 26/04, no Teatro Riachuelo, em Natal (RN)
  • 27/04, no Teatro Pedra do Reino, em João Pessoa (PB)
  • 03/05, no Cine Theatro Brasil Vallourec, Belo Horizonte (MG)
  • 04/05, no  Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora (MG)
  • 08/05, no  Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro (RJ)
  • 10/05, no  Teatro Gustavo Leite, em  Maceió (AL)
  • 11/05, no  Teatro Atheneu, em Aracaju (SE)
  • 25/05, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF)
  • Dias 27 e 28/05, no Auditório do CAF, em Boa Vista (RR)
  • 31/05, no Teatro Arthur Azevedo, em São Luís (MA)
  • 01 e 02/06, no  Theatro Via Sul, em Fortaleza (CE)
  • 08/06, no Teatro Gamaro, em São Paulo (SP)
  • 20/07, no  Teatro do Centro de Convenções FAT, em  Feira de Santana
  • 15/08, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre (RS)

 

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