Polícia investiga MC Gui por suposto esquema de leilões falsos
Golpes seriam aplicados com anúncios de falsos leilões de veículos na internet
A polícia investiga o suposto envolvimento do MC Gui, 19, e seus familiares em um esquema em que sites de leilão seriam usados para extorquir dinheiro de vítimas. O artista e os pais estão de férias nos Estados Unidos e negam as acusações.
Investigadores da 3ª Delegacia de Polinter (Polícia de Investigações Interestaduais) foram na manhã desta quarta-feira (7) à produtora do artista, a RW Produtora, na Vila Formosa (zona leste) para cumprir um mandado de busca e apreensão. O pai do funkeiro, Rogério Alves, é o responsável pelo local.
Na produtora, policiais encontraram pinos de cocaína, além de apreender documentos. Investigadores permaneceram no local até o fim da tarde.
Segundo o delegado Osvaldo Nico, do Decade (Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas) a investigação, que durou cerca de três meses, indicou que golpes eram aplicados com anúncios de falsos leilões de veículos na internet.
As vítimas, segundo a polícia, depositavam o valor correspondente ao do carro supostamente arrematado no leilão. Após isso, o site era tirado do ar. A polícia ainda descobriu que nos sites “frios” constavam o CNPJ do Sindicato dos Leiloeiros de São Paulo, contribuindo para “dar credibilidade” ao golpe.
Por conta disso, o sindicato procurou a polícia, que iniciou as investigações. Até o momento, 70 vítimas foram identificadas.
A suspeita da polícia sobre a RW Produtora acirrou quando um funcionário foi agredido no local, após ter tido sua conta bloqueada "por suspeita de fraude". Ele teria autorizado o depósito de R$ 28 mil em sua conta, valor referente ao cachê de um artista da produtora.
Segundo fonte policial, o funcionário foi incluído no programa de proteção à testemunha.
A polícia analisa materiais apreendidos na produtora para possíveis cruzamentos de informações que a vinculem ao esquema criminoso.
Em sua conta no Instagram, Guilherme Kaue Castanheira Alves, o MC Gui, afirmou que “jamais colocaria em risco” sua carreira se envolvendo “em qualquer coisa ilegal e suja”.
“O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil, somente eles têm a competência e capacidade para resolver e mostrar para todos nós os verdadeiros culpados”, diz trecho da nota.
O funkeiro se desculpou pelas “notícias tão tristes e sujas” e por “estar longe”. “Infelizmente tudo aconteceu bem nas minhas férias que já estavam programadas desde o início do ano, eu sempre usufruo entre os meses de outubro e novembro, pois final e início de ano a agenda é sempre muito cheia”, afirmou.
Sobre a cocaína encontrada na produtora, Gui mencionou a morte do irmão Gustavo Matheus Catanheira Alves, 17, por overdose do entorpecente em abril de 2014. “Elas [drogas] só trouxeram dor e sofrimento à minha família”, escreveu.
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