Música

Max Viana lança quarto álbum e revela prós e contras de ser filho de Djavan

Disco inclui regravação de Samurai, do Djavan

Max Vianna lança "Outro Sol", seu quarto disco
Max Viana lança "Outro Sol", seu quarto disco - Marcos Herm/Divulgação
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Cris Veronez
Rio de Janeiro

O quarto disco de Max Viana, "Outro Sol", vem acompanhado de duas novidades: o lançamento simultâneo no Brasil e no Japão e a produção do disco feita em parceria, algo até então inédito na carreira do filho de Djavan.

O novo álbum inclui dez faixas: nove autorais e em parceria com outros artistas e uma regravação de Samurai, sucesso de Djavan. A escolha do repertório, segundo Viana, foi realizada de forma que o novo disco pudesse ser coerente com os outros lançados anteriormente: No Calçadão (2003), Com Mais Cor (2007) e Um Quadro de Nós Dois (2011).

“É um disco que me representa bem nesse sentido. Ele mostra, mesmo para quem está me conhecendo agora, um pouco do que eu já fiz e dos lugares que eu andei”, disse, em entrevista ao F5.

Sobre as peculiaridades do público japonês, o artista garante que os nipônicos amam e conhecem historicamente a música brasileira. E exemplifica: “Samurai não é uma música que eu escolheria do meu pai para regravar, exatamente por ela ser muito emblemática e importante. Mas o pessoal da gravadora japonesa achou que seria genial gravar essa música de 1982, esse tempo todo depois.”

O cantor, compositor, guitarrista e produtor viajou ao Japão pela primeira vez em 2015 para uma turnê. Foi nesta ocasião que ele conheceu Renato Iwai, com quem divide a produção de Segundo Sol.

“Os japoneses não estão presos exatamente ao que faz sucesso no Brasil hoje em dia. Eles têm uma paixão pela música brasileira em si, pela diversidade, pela variedade de ritmos. É incrível como eles cantam as letras mesmo sem saber falar português”, ressalta.

Viana afirma ainda que este é um mercado ainda de mão única, já que os brasileiros não consomem música japonesa nesta mesma proporção. Seu projeto com Iwai, inclusive, vai além do novo disco. Eles pretendem estimular de fato uma interação maior entre as culturas musicais japonesa e brasileira, levando elementos de um país para o outro.

“Não sei se acontecerá de a música japonesa ter representatividade no Brasil como a nossa tem lá, mas a nossa ideia e a ideia da [gravadora] Universal é que esse intercâmbio possa ser promovido.”

‘A COISA TENDE A FICAR EQUILIBRADA’

Max Viana, 45, parece ter a frase na ponta da língua quando a reportagem lhe pergunta como é ser filho de Djavan, 69, um dos maiores ícones da MPB.

“A minha resposta soa engraçada, mas na verdade ela é a mais simples e verdadeira possível: não sei como é ser filho de outra pessoa, de alguém que não seja famoso, uma referência musical.”

Ele elenca prós e contras: diz que muita gente o conhece por ter trabalhado ao lado de Djavan e têm carinho pelos dois. Ao mesmo tempo, afirma que outras pessoas torcem o nariz porque acham que seu caminho é mais fácil, ou porque acreditam que ele escolheu ser cantor e compositor simplesmente porque seu pai também é.

“No fim, acho que a coisa tende a ficar equilibrada. Quem chegar até mim, seja por qual motivo for, vai ficar perto se achar que eu e minha música somos agradáveis. Quem chegar e não curtir, vai buscar outros caminhos”, pondera.

Além da parceria profissional com Djavan, Viana também já trabalhou com outros artistas, como Arlindo Cruz, Luiza Possi, Alcione, Claudia Leitte, Ana Petkovic e Rappin’ Hood.

“Já tem um tempo que isso acontece e quem quiser ficar nessa, é uma escolha pessoal. Mas já existe uma gama de informação bacana tanto do meu trabalho com meu pai quanto de carreira solo para quem quiser saber mais.”

O álbum "Outro Sol", lançado via Universal Music, está disponível em todas as plataformas de streaming.
 

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