Morte de cantor Leandro completa 20 anos, e fãs relembram sucessos e histórias de sua carreira
Dupla com Leonardo, sertanejo morreu devido a um câncer raro
Há 20 anos, no dia 23 de junho, o cantor Leandro, que formava dupla com o irmão Leonardo, morreu vítima de um câncer raro e agressivo, aos 36 anos. A dupla de Goianápolis (GO) estourou em 1989 com o sucesso “Entre Tapas e Beijos”. Leonardo seguiu carreira solo e, até hoje, sofre com a ausência do irmão. Nesta época do ano, costuma se isolar em sua fazenda. Já Carmen Divina Costa, mãe dos cantores, oferece todo ano uma missa em homenagem ao filho, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).
Não é só a família que lembra de Leandro com saudade. A dona de casa Vilma Cardoso Camargo, 68 anos, lembra bem da morte do sertanejo. “Eu gostava muito dos dois, acompanhava tudo, ia aos shows. Coincidiu que, quando ele ficou doente, eu também estava enfrentando um câncer. Ouvir o Leonardo falar e cantar me dava forças para continuar o meu tratamento”, diz Vilma. Após a morte de Leandro, ela continuou indo aos shows de Leonardo. “Sempre conversava com ele no camarim. Ele chorava e me abraçava com saudade do irmão.”
A dupla teve um programa musical na Globo e gravou 11 discos no total. O lançamento do 12º trabalho estava marcado para o dia 15 de julho de 1998. Até a morte de Leandro foram mais de 15 milhões de discos vendidos.
O dia mais emocionante da vida da professora Janete Nascimento, 40 anos, foi quando ela ganhou a promoção de uma rádio. O prêmio: receber Leandro e Leonardo em sua casa para um almoço. “Eles foram lá, levaram um ovo de Páscoa gigante, cantaram e conversaram”, lembra ela. “O Leonardo é incrível, mas o Leandro olhava nos olhos e tentava nos acalmar, pois não conseguíamos falar de nervoso! É uma pena que não tenha aproveitado o sucesso.”
Em seu acervo, Janete tem diversas fotos com o sertanejo, discos autografados e uma coleção de gibis da dupla. Fã dos dois desde a adolescência, a professora já visitou o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), onde há um espaço com fotos do cantor. Foi também a outros pontos de Goiás que contam a história dos sertanejos. “Saí perguntando, e todo o mundo tem histórias deles. Passei por várias cidades e encontrei a casa onde eles nasceram.”
Apesar de ter apenas 23 anos, o cantor Higor Rocha diz que também era fã da dupla. “Quando o Leandro morreu, eu tinha três anos, mas já cantava ‘Pense em Mim’. Leonardo ainda é um grande ídolo para mim.”
RELEMBRE O CASO
>> À 0h10 de 23 de junho de 1998, um câncer agressivo e raro calou a voz do sertanejo Leandro, então com 36 anos, da dupla Leandro & Leonardo
>> De acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital São Luiz, em São Paulo, onde o cantor estava internado e sedado havia oito dias, sua morte havia sido causada por um tumor torácico gigante, chamado Askin, que começou a comprimir órgãos vitais do seu corpo
>> Em seu último dia de vida, Leandro havia passado pela terceira sessão de quimioterapia, que não foi suficiente para conter o crescimento do tumor, bastante agressivo
>> O corpo do músico foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e, segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 25 mil pessoas compareceram
>> Um dos oito filhos do casal de boias-frias Avelino Virgulino e Carmem Divina, Leandro nasceu Luiz José Costa, em 15 de agosto de 1961, em Goianápolis (GO). Estudou até a oitava série do antigo ginásio. O primeiro emprego foi na roça, plantando tomates e jilós
>> Mais tarde, ao lado do irmão Emival Eterno Costa (Leonardo) começou a fazer shows em bares pela região
>> A carreira começou a ganhar força depois que uma fita com uma gravação precária caiu nas mãos dos diretores da gravadora Continental, que se impressionaram com uma música de apenas três acordes chamada “Entre Tapas e Beijos”
>> Mas a trajetória da dupla só começou a mudar de fato com outro estrondoso sucesso, “Pensa em Mim”, que na época vendeu 3 milhões de discos.
>> O cantor deixou três filhos. Além do cantor Thiago Costa, do primeiro casamento, ele tinha a estudante de medicina Lyandra Costa e o caçula Leandro, que não chegou a conhecer
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