'As drag queens sempre cantaram, mas não eram vistas como estrelas', diz Gloria Groove
Cantora lançou clipe, 'Arrasta', com participação de Léo Santana
A cantora Gloria Groove, 23, lançou, na noite desta terça-feira (5), o clipe da música “Arrasta”, feito em parceria com o baiano Léo Santana. Uma faixa que começou como um funk, mas acabou ganhando um quê do pop paulista, do pagode baiano e até um pouquinho de batida tecnobrega, explicam os dois.
A parceria inédita começou com um convite de Gloria pelo Instagram, há alguns meses. Léo diz que aceitou na hora, sem nem ouvir a música. “Quando ela me mandou depois, pronta, eu pirei, era a minha cara, tem coisas da Bahia que ela colocou ali. E falei: ‘Tô dentro!’”, afirmou Léo.
Gloria conta que já admirava o trabalho do baiano, mas demorou para contar aos assessores que queria convidá-lo para o trabalho. "Eu tinha medo de dar essa ideia e ouvir: 'menos, vai'", conta a cantora em meio a gargalhadas. Mas os assessores a incentivaram e o "sim" veio fácil.
“Está sendo um dos maiores trabalhos que já fiz na minha vida, eu me senti fora do país, gravando com a Beyoncé. Uma coisa monstruosa, selvagem”, brincou Léo Santana, que disse ter se sentido como o rapper americano Kanye West, com o figurino e a produção do clipe.
DRAG NO POP
Gloria aproveitou o evento para comentar a presença das drag queens no pop nacional. "É impossível esvaziar, apagar, acabar a história feita por Léo Aquilla, Dimmy Kieer e Veronika, nos anos 1990. As drag queens sempre cantaram, mas elas nunca eram vistas como estrelas em potencial. Precisou de uma transformação no inconsciente coletivo para que a gente fosse visto dessa forma. O trabalho de pessoas como o de Pabllo Vittar transformou isso, da água para o vinho."
“É gratificante mesmo saber que hoje a gente faz parte do game junto com as cantoras que há pouco tempo a gente era fã, admirava. Quando me vi na mesma premiação que Anitta eu disse: ‘Caramba!’. Serve pra gente se sentir parte do todo. A gente merece, pode e vai ser respeitado como qualquer outro artista”, completa ela.
Gloria afirma que sempre se identificou como um rapaz, mas que a chegada da drag queen foi o que alavancou sua carreira artística, mesmo já tendo trabalhado como ator e dublador, além de arriscar nos vocais na infância —seguindo os passos da mãe, backing vocal da banda Raça Negra.
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