Estilo

Em curso de autoconhecimento, consultora explica como a moda pode confundir as mulheres

Érica Minchin ensina alunas a construir guarda-roupa mais original

Érica Minchin ministra o curso de "Jornada Consciência e Estilo"
Érica Minchin ministra o curso de "Jornada Consciência e Estilo" - Divulgação
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Beatriz Vilanova
São Paulo

Acompanhar a moda pode ser um passatempo divertido, mas também uma armadilha para quem não conhece o seu próprio estilo. Pensando na quantidade de pessoas que não tem consciência plena sobre o seu corpo e o que lhe cai bem, a consultora de estilo Érica Minchin lançou um programa online voltado para mulheres, que as ajuda a encontrar seu estilo.

"Jornada consciência e estilo" introduz conceitos relacionados à baixa autoestima da mulher e discute como as tendências da moda podem confundir as pessoas, fazendo-as comprar peças que entram em confronto com a sua forma e personalidade.

Segundo Érica, existem muitas influências externas que definem o estilo das mulheres. "A estrutura do mercado e tudo o que consumimos parte da premissa da dor; como nos sentimos inadequadas e como um batom ou carro vai resolver nossos problemas", diz a consultora, dando o exemplo das compras que muitas mulheres fazem quando mudam de emprego, tornam-se mães ou terminam um relacionamento.

Essas influências podem acabar por confundir a pessoa, mas a consultora defende que, indiscutivelmente, toda mulher tem em si um estilo só seu. "Dizer que não tem um estilo é dizer que nunca absorveu nada em sua vida."

"A roupa impacta nosso comportamento. Tudo o que a gente veste é uma forma de comunicação. Imagina ficar parada na frente do espelho, com uma imagem em que você não se reconhece?”, questiona a consultora.

Para Érica, o principal problema observado em seu curso é a falta de consciência corporal entre as mulheres, que crescem achando ter um determinado tipo de corpo e acabam descobrindo ter outro. Na "jornada", a consultora abre caminhos para um outro olhar sobre o físico da mulher, falando sobre como o padrão de beleza se formou e mudou ao longo dos anos.

Em quatro semanas de aula, ela levanta reflexões para quem precisa se reconectar consigo, com seu armário e com a vida. "Quando se sabe o seu estilo e com o que se identifica, as compras se tornam muito mais certeiras."

Ela também dá dicas de como comprar peças de forma inteligente, aproveitar melhor as roupas e evitar o consumo em massa. As aulas são gravadas em vídeos, uma vez que Érica mora em Portugal, e as alunas podem conversar e tirar dúvidas com ela por meio do email e da plataforma.

Nathalia Ilovatte, que já fez o curso, diz que se tornou uma consumidora mais consciente com o curso. "Agora eu me permito mais. Uso roupas que antes achava que eram ‘demais’. Assumi minha paixão por saias longas estampadas, colares grandes e artesanais. Parei de tentar usar a roupa para disfarçar o que não gosto."

Ela começou a fazer o curso em um período de mudanças: recém-casada, com um novo filho, mudando para Belo Horizonte e trocando a vida de repórter pela de freelancer. “A versão de mim que eu conhecia não existia mais. Consequentemente, minhas roupas não faziam mais sentido. Entendi isso como um ritual de fechamento de um ciclo."

Sem ditar regras, o curso abriu espaço para que ela pudesse questionar as suas qualidades e o que gostaria de expressar. Em suas palavras, ele promoveu um olhar gentil e atento para dentro de si, oferecendo também informações mais técnicas, sobre linguagem visual e proporções.

Além desse curso, Érica  Minchin ministra aulas de "Como Fazer o Seu Armário Render Mais", "Formação em Consultoria de Imagem" e "Estilo Livre" – este último curso funciona por assinatura e tem vídeoaulas específicas, como moda no trabalho e na maternidade.

Já em "Aula de Estilo", a consultora se aprofunda no assunto dos estilos universais, linguagem visual, formato de corpo e rosto e detalhes mais técnicos da "Jornada". Ela ainda tem três livros para ajudar as mulheres por meio das palavras: "Liberte seu estilo", "15 passos para desentulhar o seu armário" e "Manual da Consultora de Imagem".

Dicas rápidas da Érica: descubra o seu estilo e acerte comprando as roupas certas

  1. Procure por padrões

    Para a mulher que não tem ideia de qual é o seu estilo, é importante buscar primeiramente por padrões que a agradam, como roupas largas ou justas; coloridas ou sóbrias.

  2. O que aconteceria se você assumisse o seu estilo?

    A consultora diz que toda mulher deve se fazer essa pergunta, já que a crença de que ela será rejeitada ao se assumir é limitante.

  3. Promover uma 'eleição' de roupas

    Para saber o que combina ou não com você, Érica propõe uma atividade: abrir o guarda-roupas e pensar que todas as peças estão em um processo seletivo. Se houvessem apenas algumas vagas, quais roupas venceriam a disputa e quais perderiam facilmente?

  4. Perder o medo de usar algumas peças do armário

    Muitas pessoas compram peças para eventuais ocasiões especiais, como uma entrevista de emprego, e acabam não usando a roupa, mesmo quando a tal ocasião chega. Segundo Érica, é preciso parar de deixar certas roupas reservadas, ou como ela diz, “de castigo”, e usá-las mais.

  5. Custo-benefício

    Antes de comprar uma peça de roupa, pergunte-se quantos anos ela deve durar e quantas vezes você pretende usá-la ao longo desse tempo. Uma peça de R$ 100, de boa qualidade, usada em todas as estações do ano, tem um custo-benefício muito maior do que uma de R$ 30, comprada porque estava em promoção, mas que não será usada tantas vezes porque pouco tem a ver com a pessoa.

  6. Combinações

    É importante pensar com quantas peças do armário é possível combinar a roupa, antes de comprá-la. Cada parte de cima deve combinar com pelo menos duas partes de baixo, sem considerar peças de cores neutras (como preto e jeans). A parte de baixo deve combinar com três camisas e duas sobreposições (como jaquetas). "Se a peça não cumpre esses requisitos, grandes são as chances de ela não combinar com o seu estilo", diz Érica. Também é preciso não cair na ideia de que "peças-chave" são peças neutras. “Eu não tenho calça jeans desde 2016. Por muitos anos, a peça mais versátil que eu tinha era uma calça pink”, exemplifica a consultora.

  7. Nem de mais, nem de menos

    Érica diz que todas as suas peças cabem em uma porta de guarda-roupas, mas que não existe quantidade certa de roupas para ter no armário - isso depende da rotina da mulher, se ela trocar de roupas muitas vezes ou se mora em locais mais quentes, por exemplo.

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