Estilo

Releitura dos anos 1980, calças clochard retornam mais versáteis e estilosas e conquistam as famosas

Peças de cós alto, pregas e cinto podem se tornar clássico da moda

Giovanna Lancellotti, Grazi Massafera e Gigi Haddid
Giovanna Lancellotti, Grazi Massafera e Gigi Haddid - Montagem
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Fernanda Pereira Neves
São Paulo

As calças altas com um amarrilho na cintura, que já foram famosas na década de 1980, estão de volta e prometem ser uma tendência nesta temporada primavera/verão. Versáteis, elas já são apontadas por consultores como uma peça clássica, importante para ter no guarda-roupa. 

Alguns ajustes foram feitos na peça após quase 40 anos. A versão dos anos 1980, chamada de calça cenoura, era mais despojada, reta, acinturada apenas pelo cinto. Agora, ela aparece mais modelada, com a cintura já marcada e, em alguns casos, pregas e babados sob o amarrilho, que pode ser do próprio material da calça ou não. 

O nome também mudou para calças clochard, que significa mendigo em francês. Segundo a consultora de moda Marci Marciano, é uma referência às calças maiores que o corpo usadas pelos sem-teto, que as amarram na altura da cintura com barbantes para que elas não caiam. 

“O modelo traz elegância e é versátil. Uma peça que vai pra diversos ambientes: trabalho, final de semana, balada”, afirma Marciano, lembrando que esse modelo de cós pode ser encontrado também em saias e shorts, que também recebem o nome clochard. “Está se tornando uma peça importante”, diz ela. 

O alerta fica para o aumento de volume na região da barriga por conta dos babados, franzidos e pelo cinto. Para quem tem essa preocupação, vale ficar de olho no tecido e no cós da peça. “Quando você pega crepe, viscose e seda, por exemplo, que são tecidos que não armam, não adiciona volume”, afirma a consultora Ana Vaz.

“O formato da peça do quadril para baixo também pode ser um fator de decisão. Se eu quero mais quadril, o ideal é uma calça que afunila em direção ao tornozelo. Se eu quero menos quadril, ou manter o volume, uma calça que desce reto ou abre levemente a partir do quadril vai dar essa suavidade de linhas”, completa ela. 

As combinações da peça com blusas e sapatos também podem levantar algumas dúvidas. A consultora de moda e personal stylist Camila Diniz aconselha a priorizar as blusas mais justinhas por conta do volume que as peças clochard provocam na barriga. “Para quem já tem uma certa barriguinha que quer esconder, não é muito indicada”. 

As blusas justinhas e bodies são indicados principalmente se o objetivo é evidenciar o corpo mais sequinho, longilíneo, alongado. Nesses casos, o ideal são as peças clochard com cintura mais alta, além de ter uma maior liberdade para a escolha do tecido, que pode ser estruturado e volumoso, como o couro. 

A mesma dica vale para os croppeds, que acabam mostrando, as vezes mesmo de forma velada, uma parte do abdômen. 

Mas se a ideia for usar uma blusa solta, a sugestão é uma clochard de material molinho, que não arme e que tenha cintura mais baixa. “Vai ficar tudo mais despojado, como um macacão blusê, solto”, avalia Ana Vaz. 

A empresária e influencer Lelê Saddi, 30, diz que não dispensa as peças clochard e chega a dar dicas em suas redes sociais. “Uma peça superfácil de usar, valoriza bem o corpo, a cintura, deixa tudo harmônico”, disse à Folha. “Normalmente gosto com blusa sequinha, mais justa, mas usei com uma de um ombro só e manga volumosa e gostei também”. 

Já a combinação de calçados também é variada. “Modelo [de clochard] mais solto na coxa combina mais com plataforma, bico fino, sapatilha, mas com as barrinhas cenoura é legal mostrar o peito do pé pra não encurtar o corpo. Já se for uma calça mais curta, aí pode usar com o sapato que quiser, é mais versátil”, afirma Marciano. 

Independentemente da forma do corpo, a consultora Ana Vaz diz que as peças clochard devem ser experimentadas. “Temos cortes e tecidos diferentes, altura do cós e cavalo. Prove, você pode se surpreender. É bobagem passar vontade”, afirma. 

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