Diversão

Exposição sobre Hebe Camargo reúne vestidos, sapatos, fotos e perucas da apresentadora

Mostra 'Hebe Eterna' tem mais de 200 fotos e 27 peças de seu acervo

Hebe Camargo no Farol Santander
Hebe Camargo no Farol Santander - Folhapress
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São Paulo

Desde que Hebe Camargo morreu, em setembro de 2012, muito foi falado sobre a produção de livro, musical, filme e exposição para celebrar sua trajetória. O livro já foi lançado, assim como filme e série (ainda sem datas de estreia, com Andréa Beltrão no papel da loira) foram rodados. Agora é chegada a vez da exposição.

Com 11 ambientes, mais de 200 fotos, vídeos de trechos de seus programas e 27 peças de seu acervo pessoal –entre vestidos, bolsas, sapatos e acessórios–, a mostra está distribuída em dois andares do edifício Farol Santander, no centro de São Paulo.

Há, ainda, experiências interativas, como a chance de o visitante se sentar no sofá com a diva e ganhar dela o tão cobiçado selinho. Tudo graças aos truques virtuais, é claro. "Hebe Eterna" abre suas portas nesta segunda-feira (18), a poucos dias da data de aniversário da apresentadora, que completaria 90 anos no dia 8 de março. 

O público terá até 2 de junho para conferir a exposição, que começa com uma minuciosa linha do tempo, espalhada por uma parede inteira, que mostra do nascimento aos primeiros passos profissionais em Taubaté. Traz, ainda, o sucesso como cantora e todas as etapas da promissora carreira na TV, da Tupi ao SBT, incluindo Record, Bandeirantes e RedeTV!, tudo ilustrado por fotos de cada época.

Curador da exposição, Marcello Dantas chama a atenção para o caráter tolerante de Hebe, que era capaz de receber em um mesmo programa o seu amigo Paulo Maluf, identificado com a ideologia da direita, e o educador Paulo Freire, identificado com a esquerda.

Ainda que a loira tenha vivido dias menos polarizados que os atuais, Dantas ressalta a falta que faz, hoje, alguém com esse perfil. "Se por um lado ela poderia ser considerada conservadora, muito família e criticada por amar o luxo, a moda, as festas e os amigos, por outro era transgressora e tinha a coragem necessária para levar ao palco temas polêmicos e obscuros”, diz o curador.

TEM SOFÁ, CAMARIM E ATÉ SALA DE JANTAR

Ainda no primeiro andar da mostra, o visitante se depara com uma réplica de camarim onde cabeleireiros que cuidaram de Hebe dão seus depoimentos em vídeos. Os profissionais relembram os cuidados da loira com os cabelos e algumas de suas histórias.

No mesmo ambiente, algumas perucas reproduzem os penteados mais famosos da apresentadora. E é bom lembrar que a própria Hebe usou peruca por um período, durante tratamento contra o câncer, quando se recuperava da quimioterapia na primeira fase da doença –ela chegou a raspar a cabeça e posou careca para foto na revista Veja.

Uma sala reproduz imagens antigas de seus programas, mas não de cenas recentes. O visitante poderá conferir o acervo em aparelhos de TV de todas as décadas –da velha TV de tubo, ainda com botões manuseados por seletores de canais, a telas planas.

A ideia da mostra é dar ao visitante a sensação de passar um dia na rotina de Hebe, do cabeleireiro, no início da jornada, ao jantar que encerrava o dia, sempre em companhia de amigos e bom champanhe.

Por isso, quase ao fim da exposição, há uma bela mesa de jantar em uma sala repleta de retratos com personalidades que passaram por seu programa, como Roberto Carlos, Ayrton Senna, Julio Iglesias, Xuxa, Pelé, Ronaldo Nazário e praticamente todos os músicos brasileiros de relevância nacional.

Marca inconfundível de Hebe, as famosas joias da apresentadora fazem falta à exposição. “Nenhuma seguradora quis fazer o seguro das joias”, afirma Marcello Dantas, curador da mostra. Sem dar ouvidos aos alertas sobre o perigo de ostentar ouro e brilhantes nas orelhas, no pescoço, nos braços e nos dedos, a apresentadora gargalhava alto quando era chamada de “árvore de Natal” em razão de tantos enfeites.

Algumas das peças mais famosas foram emprestadas a Andréa Beltrão durante as filmagens da série e do filme sobre a vida de Hebe, mas não estão na exposição. Dantas explica que Hebe “nunca repetiu uma roupa”, de maneira que seria impossível colocar ali tudo o que ela usou na carreira.

Além disso, conta, “ela doava quase tudo, era muito generosa”. “Optamos pelos vestidos mais representativos, de ocasiões especiais”, explicou, durante a visita do Agora à exposição, na última sexta-feira. Um desses é o modelito usado em sua estreia no SBT, preto, com ornamentos brancos, de paetê, que simula asas saindo dos ombros.

Todos os modelos expostos trazem legendas sobre a ocasião em que foram usados, com a foto original da apresentadora vestindo cada peça. Ao final da mostra, quem quiser poderá entrar em uma cabine e encaixar seus lábios na sombra de uma projeção, que servirá para montar uma foto de selinho com Hebe. Não é uma gracinha?

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