Entrevista de Roberto de Carvalho ao Fantástico foi comovente e enternecedora
Viúvo de Rita Lee deu depoimento revelador a Renata Ceribelli
Somos todos órfãos de Rita Lee. A morte da cantora e compositora na segunda passada (8) abriu um buraco no coração de milhões de brasileiros —especialmente os da minha geração, que cresceu ao som de "Ovelha Negra", "Lança-Perfume" e "Mania de Você".
Sabíamos que ela estava mal de saúde, mas tínhamos a esperança de que se recuperaria em breve. Nos últimos meses, mergulhávamos em cada postagem publicada nas redes sociais por seu marido, Roberto de Carvalho, ou por algum dos três filhos, em busca de notícias. Que eram poucas e vagas: o suficiente para nos tranquilizar, mas não muito.
No dia seguinte ao velório de Rita, Roberto recebeu em casa a repórter Renata Ceribelli. A entrevista exibida neste domingo (14) pelo Fantástico (Globo) foi repleta de detalhes sobre os últimos meses da mulher com quem o músico compartilhou a vida por 47 anos.
A emoção dominou Roberto várias vezes, e ele precisou cobrir o rosto com as mãos para esconder as lágrimas. Foi um depoimento comovente, dilacerante e enternecedor, que conseguiu deixar o espectador tristíssimo e reconfortado ao mesmo tempo.
Rita estava cheia de planos, como sempre esteve. "Ela queria viver, ela não queria partir" contou Roberto. "Eu dizia pra ela: 'Eu queria trocar de lugar com você, porque você tem muito mais coisa para fazer do que eu’".
Pelo menos um desses projetos foi concretizado: o livro "Rita Lee – Outra Autobiografia", que será lançado no dia 22 de maio. Uma data escolhida pela própria autora, porque é o dia de Santa Rita de Cássia.
A dor de Roberto só não é maior que a paixão que ele sentirá para sempre. Seu casamento com Rita não foi perfeito, porque nenhum é. Houve brigas, crises de ciúme, separações. Mas os dois estavam juntos ininterruptamente desde 1996, quando oficializaram a união. Criaram uma simbiose que nem a morte conseguiu encerrar.
O carinho e a devoção que Roberto de Carvalho dedicou à companheira nesta reta final são impressionantes. O coração dos fãs se aquece em saber que, em seus derradeiros dias, Rita Lee esteve cercada pelo conforto material e pelo amor da família.
"Os momentos finais dela foram de uma leveza, uma calma, uma doçura", acrescentou Roberto. "Nós estávamos todos juntos com ela. A gente montou um quarto de hospital e, na última fase, na cama, ela parecia uma criancinha, um passarinho. A respiraçãozinha assim e foi parando... Ela foi em paz".
Rita se foi relativamente jovem, aos 75 anos. Mas que ninguém se atreva a dizer bobagens como "perdeu a batalha contra o câncer". Ela encerrou sua trajetória de maneira gloriosa. Os médicos lhe deram três, quatro meses de vida, e Rita ainda viveu dois anos. Escreveu um livro, brincou com admiradores no Twitter, fez um monte de gente feliz.
Roberto, Beto, João, Antônio: obrigado por cuidarem tão bem dela. A dor de vocês também é nossa, assim como o amor por Rita. Fica uma saudade imensa, mas também um agradecimento ao universo por termos sido contemporâneos de uma pessoa tão única e tão especial.
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