Série "Smash" revela os bastidores da Broadway
Tudo o que eu não precisava neste momento era me viciar em mais um programa de TV. Minha agenda semanal já está abarrotada, e olha que ainda nem estreou a nova temporada de "Mad Men". Não há DVR que dê conta.
Mas como resistir a "Smash"? O seriado estreou no canal pago Universal há algumas semanas, depois de conquistar boa audiência e aplausos da crítica nos Estados Unidos. Também me fisgou: sempre gostei de teatro musical, e estou adorando ver como funcionam as engrenagens da Broadway.
"Smash" nasceu com um pedigree e tanto. O produtor-executivo da série é ninguém menos do que Steven Spielberg, o que já assegura sua exibição: quem é que vai recusar uma ideia do homem mais poderoso do mundo do entretenimento?
O elenco também é cheio de estrelas da TV e do cinema. Debra Messing é mais conhecida por sua participação em "Will & Grace". O inglês Jack Davenport fez a sitcom "Coupling", uma das mais engraçadas de todos os tempos. Anjelica Huston vem de uma dinastia cinematográfica e já ganhou um Oscar. Katherine McPhee despontou para a fama no "American Idol".
Mas nada disto teria muito valor se a trama fosse frouxa. Por enquanto está ótima: os primeiros episódios focaram na competição entre uma atriz veterana e uma novata pelo papel de Marilyn Monroe, o tema do novo espetáculo que um compositor e uma letrista de sucesso ainda estão escrevendo.
A veterana vence a parada, mas a novata é contratada para o corpo de baile. Claro que as duas não se bicam durante os ensaios --ou melhor, o "workshop", já que nem o libreto nem as canções da peça estão totalmente prontos. Este é o aspecto mais fascinante de "Smash": vemos o musical nascer aos poucos, com todas as dores do parto a que tem direito.
Pena que o nível vá cair em breve. Notícias que chegam dos EUA confirmam que a qualidade dos primeiros capítulos se esvaiu rapidamente. "Smash" passou de queridinho da crítica a saco de pancadas e perdeu grande parte de seu público.
Os produtores estão tentando reverter essa maré. Apesar da segunda temporada já estar garantida, o "showrunner" do programa (uma espécie de diretor geral) foi trocado. Também se espera que a participação especial de Uma Thurman nos episódios finais desta temporada dê um gás na audiência.
Tomara que funcione, porque "Smash" parece uma versão mais adulta de "Glee": música ótima, dramas envolventes e uma visão pelo lado avesso do glamour do showbiz. Meu vício ainda não está saciado, eu quero é mais.
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