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Rosana Hermann

BBB 22: Uns passam pano, outros passam tempo, Eli passa o rodo e todo mundo passa raiva!

Brothers estão entediados com a casa, nós estamos entediados com eles

Eslovênia e Eliezer
Eslovênia pensativa ao lado de Eli no BBB 22 - Globo/Reprodução
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Pedi para as pessoas que me seguem numa rede social que definissem o BBB 22 em uma palavra. Não vou publicar os palavrões, mas posso afirmar que aprendi todos os sinônimos dos termos finalistas que subiram ao pódio, a saber:

Flopado/Fracassado – Bronze
Morno/Desnecessário – Prata
Chato/Entediante – Ouro

Termos como marasmo, modorrento, inútil, irrelevante, chocho, desmotivador dominaram as centenas de respostas. Teve gente que caprichou e buscou conceitos como estéril.

Entre tantos julgamentos negativos encontrei um "maravilhoso" perdido no meio da turma, tipo aquela única pessoa que vai fantasiada por engano numa festa que pede traje a rigor.

Pelo resultado vemos que as pessoas continuam assistindo, mas estão contrariadas. Convenhamos, os participantes do BBB são os poucos privilegiados que estão sem contato nenhum com o mundo externo e suas mazelas, tragédias e desesperos, que fazem a gente acordar com medo, passar o dia com ódio e dormir chorando. Ou permutas cíclicas desses três estados, porque tem dias que já acordo chorando, passo o dia com medo e vou dormir com ódio.

Os participantes deveriam estar felizes, foram escolhidos para a casa mais vigiada do Brasil. Deveriam estar motivados, concorrem a um prêmio de R$ 1,5 milhão. Deveriam estar animados, com tantos seguidores novos e tanta exposição, pois poderão converter essa notoriedade em lucro. Mas não. Scooby parece que está fazendo um favor ao Boninho por estar ali. P.A. deve achar que está num alojamento de um centro olímpico com os brothers e com a chance de uma paquerinha sem compromisso. Lina tem bom senso, mas até agora parece mais a orientadora de sua turma de alunos (ou seriam Alinas?) e não parece estar lutando por sua permanência.

E, apesar desses privilégios todos os participantes estão tão chochos e desinteressantes quanto esse Brasil que está vendo. Eles estão entediados com a casa, nós estamos entediados com eles. Muita gente ali está só passando tempo. ​

"Ah, mas é que ainda está no começo!", dirá um fã otimista. Não, querido fã ficcional, está fazendo um mês que o BBB 22 está no ar, o que corresponde a um terço da duração do programa, e ainda está tudo parado. Bege. Neutro. Sem graça. Desagradável. Tipo ter que dormir na mesma cama com a vó. Tipo tirar o chefe no amigo secreto da firma. Tipo fazer imposto de renda sem ter renda. Beira o desesperador.

Uma das exceções a esse marasmo aconteceu no programa da Fátima, quando ela chamou imagens ao vivo do programa e entrou P.A. falando um palavrão inesperado. Santa sincronicidade. As alegrias do programa têm se resumido ao Jogo da Discórdia, quando podemos avaliar o momento emocional dos participantes e acompanhar os péssimos figurinos da Larissa. Os tops dela são tão horríveis que só perdem para os hetero-tops.

Por falar em hetero top, sinto que tem muita gente passando pano para o elenco masculino, dentro e fora da casa. Enquanto uns passam pano, Eli já chega passando o rodo. Teve um casinho com Maria, tem tido uns pegas com Natália e está sempre alimentando a paixão que Vyni tem por ele.

E a gente? A gente segue passando raiva e assistindo mesmo assim, porque a gente quer saber quem vai para a final, quem vai ficar, quem vai ganhar.

Por enquanto, estou concordando que a definição final desse BBB seja aquela da nossa ex-presidenta que sabiamente disse: "Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder."

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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