Paulo Vieira brinca com onipresença na Globo: 'Não quero sair da TV aberta'
Humorista foi um dos destaques da programação em 2024 e tem pelo menos três projetos em vista para o ano que está começando
Qualquer que fosse o horário, quem sintonizou a televisão brasileira em 2024 com uma certa frequência (nem precisava ser muita), deve ter tido a impressão de que Paulo Vieira estava praticamente "morando" por lá. O humorista e apresentador da Globo só teve um projeto fixo na emissora, mas foi tão requisitado para publicidade que virou figurinha fácil nas telas.
"Isso é engraçado", comenta. "Realmente, acho que [a superexposição] foi por causa das propagandas. Eu fiz o Masked Singer no início do ano e o Avisa Lá Que Eu Vou", diz o ator e apresentador, que se dedicou também à série "Pablo e Luisão", para o Globoplay, ainda inédita.
Paulo recebeu a reportagem para uma entrevista exclusiva no final de dezembro, logo após a elogiada participação no Melhores do Ano, promovido por Luciano Huck, em um hotel na Barra da Tijuca. Ele estava acompanhado de sua namorada, Ilana Sales, com quem está junto desde 2017.
No programa de Huck, Paulo mais uma vez roubou a cena fazendo graça com quem quer que seja —e isso inclui a Rede Globo, alvo de várias de suas troças. "Será que ele não tem medo de ser demitido?", é um pensamento frequente entre os que o assistem.
Não. Ele não tem. Paulo é seguro em relação a isso. Levanta bandeiras, zoa quem acha que merece ser zoado, sem desrespeito. Em 2024, foram tantos momentos elogiados que diversos cortes viralizaram na web. "Fazer humor hoje na TV aberta é um pouco isso. Tentar ser relevante", reflete.
A relevância passa, para ele, em não se abster. Jamais ficar em cima do muro. O ator diz que não perdeu contratos ou seguidores por expor sua posição política —Paulo está com o presidente Lula e não abre, é BFF de Janja.
E, além disso, mostrar na TV as belezas, a riqueza humana, mas também as injustiças sociais do país. Para ele, o fato de ser sincero com o que pensa é o principal fator da sua ascensão.
"Eu não consigo ser outra coisa, a não ser o que eu sou. Eu não consigo mentir para mim ou para o público. Não consigo me omitir diante das coisas. A minha relação com o público sempre foi uma relação muito sincera. O público sabe que eu sou isso. Eu nunca menti para ele. Mesmo as pessoas que não concordam comigo, com os meus posicionamentos. A gente não precisa ser igual para caminhar junto."
2025 confirma onipresença
Mesmo sem achar que tenha aparecido muito, o 2025 de Paulo Vieira confirma que ele está bem exposto na Globo. São, ao menos, quatro projetos em vista: um quadro no Fantástico, que estreia ainda neste mês; a nova temporada de Avisa Lá Que Eu Vou; o lançamento de "Pablo e Luisão"; e um projeto de programa de auditório, que pode sair do papel.
Deles todos, o que Vieira tem mais orgulho ao falar é "Pablo e Luisão". Criado a partir de uma thread do X (ex-Twitter) onde contou histórias do seu pai e de um amigo que viralizou na pandemia de covid-19, a série já está finalizada e pronta para exibição. Falta a Globo decidir quando.
"Quero fazer uma série engraçada, para a família rir, para todo mundo gostar, para o Brasil fora do eixo se ver representado. 'Pablo e Luisão', é a primeira vez que uma família negra se autobiografa na teledramaturgia brasileira. Em 2025, vou ficar muito focado na divulgação dela. Essa parte é meio negligenciada pelos talentos. Eu vou fazer tudo, o que eu puder e o que eu não puder para divulgar essa série. É muito importante para mim que ela vá bem", diz.
Ele também não esconde que é um sonho ter um programa de auditório. É apaixonado pela TV aberta e deseja trabalhar um dia com uma atração do gênero.
"Me sinto pronto para fazer qualquer coisa na televisão. Gosto muito de televisão aberta. Entendo a televisão, não como pesquisador, mas como público. Um programa de auditório é um desafio que eu ainda não tive e vou amar ter, porque a gente sabe que auditório é outro nível, né. Eu espero que esteja perto desse momento".
E as novelas?
O 2025 de Paulo Vieira poderia ser ainda mais cheio. Ele declinou de dois convites para estrear em novelas da emissora: o remake de "Vale Tudo" e "Eta Mundo Melhor", sequência de "Êta Mundo Bom", trama de 2016 assinada por Walcyr Carrasco.
"Eu não sei nem se isso encaixa como uma recusa, porque eu não tinha agenda para fazer. A minha agenda de 2025 já tá muito intensa. E uma novela é uma dedicação muito gigante. Eu não aceito as coisas por aceitar, precisa fazer sentido para o meu caminho", comenta, dando um exemplo disso.
"Quando me chamaram para o Batalha de Lip Sync, o pessoal do Luciano Huck me disse que normalmente eu ensaiaria alguns dias. Eu não queria aquilo. É impossível ficar bom em três dias. E aí eu fiz um preparo físico de dois meses. Eu devo ter ensaiado duas semanas seguidas. Fiz parte de balé dele. Eu queria entregar uma parada massa. Então para mim não ia fazer sentido fazer uma novela correndo no meu tempo livre", diz.
Mas e o destino? É na TV aberta. Sempre. " O que eu quero fazer é TV aberta. É alegrar as pessoas, gerar comentário, brincar com a plateia", conclui.
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