Com investimento de R$ 2 bi na TV aberta, streaming chega a 20% da audiência no Brasil

As plataformas de streaming acumularam dois novos recordes em 2024: de audiência e de investimento em publicidade. Segundo o Kantar Ibope, as empresas, juntas, conquistaram 20,1% do público pela primeira vez.

O índice é referente a dezembro do ano passado. A TV linear, que soma TV aberta e TV por assinatura, ficou com 79,9% do público geral. Desse número, os canais abertos (Globo, Record, SBT, Band, RedeTV! e nanicos) representaram 71,1%.

No streaming, a liderança foi do YouTube, com 12,6%. A Netflix veio logo em seguida, com 4,6%. O Globoplay ficou com 1,1%. Amazon Prime Video (0,9%), Max (0,3%) e Disney+ (0,3%) ficaram abaixo de 1%. Serviços menores somaram 0,6%.

Segundo o Ibope em dezembro, de cada dez telespectadores com TV, dois assistiam a streaming. Nunca as plataformas conseguiram tanta audiência no Brasil. Os índices equivalem às 15 principais metrópoles do Brasil.

Para as plataformas, o motivo do crescimento se deve também ao forte investimento em publicidade no país. Levantamento feito pela Tunad, que monitora o mercado para grandes empresas, mostra que, juntos, os streamings investiram R$ 2 bilhões em publicidade.

Globoplay, Max e Disney+ foram as que mais apareceram em comerciais. O Globoplay manteve-se como o maior anunciante do setor, com um valor de mídia equivalente a R$ 1 bilhão em publicidade.

Desde o primeiro trimestre, a plataforma destinou o equivalente a R$ 100 milhões por mês às campanhas publicitárias. A grande maioria delas é exibida na Globo, o canal de TV aberta do mesmo grupo de mídia.

Por sua vez, Disney+ ocupou a segunda posição, com um aporte de R$ 322 milhões, concentrando investimentos em meses como março (R$ 26 milhões) e dezembro (R$ 31 milhões), aproveitando grandes lançamentos e períodos sazonais.

A Max investiu R$ 274 milhões, destacando-se em maio e dezembro. Com valores mais modestos, a Netflix e o Amazon Prime Video mantiveram constância ao longo do ano.

A Netflix investiu R$ 29 milhões, com destaque para março e novembro, enquanto o Prime Video destinou R$ 28 milhões, com picos em junho (R$ 4,8 milhões). O YouTube não fez investimentos em publicidade nas grandes redes.

Vale lembrar que os valores não contemplam possíveis descontos em negociações realizadas entre os streamings e as empresas.