De faixa a coroa

Mais antigo concurso de beleza do país chega a sua 74ª edição e acontece no Pará

Rainha das Rainhas faz sua final neste sábado, com 15 candidatas.

15 candidatas do concurso Rainha as Rainhas 2020 segue esta semana com os últimos compromissos das jovens antes da grande noite do concurso, que ocorre no próximo sábado (15) - Instagram/Rainha das Rainhas
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Se engana muito quem pensa que a etapa nacional do Miss Universo ou do Miss Mundo é o mais antigo concurso de beleza do país. Criado em 1947, o Rainha das Rainhas é uma disputa de beleza muito mais brasileira que qualquer outra e acontece, todos os anos, em Belém.

“É uma mistura de características que parece impossível quando se lê, mas ao se ver é um casamento perfeito de tudo. É um evento superbrasileiro, que tem a maior estrutura, prêmios e público entre todos os concursos de beleza do país e já caminha para um século de existência”, conta Adenir Costa Neto, 35, que é natural de Belém e coordena o Mister Pará CNB.

A estrutura de seleção da vencedora é similar aos concursos mais tradicionais. Porém, ao invés de municípios ou estados, as postulantes defendem clubes locais paraenses. Assim, as rainhas de cada clube são apresentadas durante eventos para público e imprensa no mês que antecede o certame e até uma semana antes da final. 

No show, transmitido ao vivo em TV aberta, as rainhas apresentam e interpretam uma fantasia temática. Cada look geralmente pesa em torno de 50 kg, podem ter até 2,4 metros de largura por dois metros de altura, e chegam a ser avaliados em até R$ 50 mil. Um corpo de seis jurados avalia cada candidata nos quesitos fantasia, apresentação cênica e beleza e, assim, elege a vencedora do ano.

ESQUENTA DE CARNAVAL

O evento tradicionalmente acontece no período de pré-Carnaval e, desde 2008, é sediado em um dos palcos mais importantes de Belém, o Hangar, que receber até 5.000 pessoas na plateia. Este ano o Rainha das Rainhas celebra sua 74ª edição ininterrupta e terá 15 candidatas ao posto que hoje pertence à jovem Izabelle Pereira da Silva, 23, que representou o Tênis Clube em 2019.

Segundo Neto, que além de fã é especialista na competição, o evento gera comoção no Pará e muita gente acompanha. 

“As pessoas no estado todo acompanham os detalhes pela imprensa durante o período que antecede a final. O público se engaja, comenta muito nas redes sociais e comparece com a torcida na final. Quem não consegue ir, reúne a família e os amigos em casa e torcem vidrados pelas amigas, parentes ou clube preferido, como se fosse uma final de Copa”, relata. 

Passaram pelo palco do concurso nomes conhecidos do mundo miss, como a ex-BBB e Miss Brasil Mundo 2010, Kamilla Salgado, vencedora em 2008, e Priscila Meirelles que, após vencer o Miss Terra em 2004, disputou o posto em 2006. 

Além delas, disputaram o título também Celice Pinto Marques (Miss Brasil Universo 1982), Bruna Pontes (Miss Pará Universo 2008 e vencedora em 2010), Naiane Alves (Miss Pará Universo 2007 e vencedora em 2009), Thalita Maués (Miss Pará Mundo 2013 e vencedora em 2012), Priscila Winni (Miss Amapá Universo 2014), Nathália Lago (Miss Brasil Continentes Unidos 2015), entre outras.

Criado pela família Maranhão, o concurso é considerado um dos mais expressivos do segmento carnavalesco das regiões Norte e Nordeste do Brasil. As cinco primeiras colocadas recebem prêmios que chegam a R$ 250 mil --entre eles um carro 0km, cinco bolsas de estudo para curso universitário (integral pra vencedora e parcial para as outras) e um contrato para apresentar um programa de TV no estado.

“O Rainha das Rainhas se tornou mais que um evento de beleza no estado, está mais para um acontecimento. Ele aborda vertentes culturais, carnavalescas, sociais, de beleza, além de ser um fenômeno econômico, que movimento em dois meses mais de R$ 1 milhão. No sentido mais humano, o Rainha é uma emoção, pois nos atinge e comove por tudo que a candidata que sobe no palco representa com sua fantasia. Como paraense, é um grande orgulho ter um evento com tantos anos e com essa magnitude de estrutura e interesse do público. Eu gosto bastante!”, finaliza Neto.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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