De faixa a coroa

Brasil terá representantes negros disputando inédito título do Miss e Mister Supranational

País será representado pela catarinense Fernanda Souza, 24, e pelo carioca Ítalo Cerqueira, 27

Catarinense Fernanda Souza vai representar o Brasil no Miss Supranational
Catarinense Fernanda Souza vai representar o Brasil no Miss Supranational - Divulgação
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A modelo catarinense Fernanda Souza, 24, chegou esta semana à Polônia com uma missão especial. Ela já ostenta no peito a faixa de Miss Brasil e agora vai disputar o Miss Supranational, um dos grandes concursos mundiais da modalidade.

A final acontece no dia 6 de dezembro, um dia antes do desfecho do concurso-irmão realizado com homens, o Mister Supranational. Quem defende o Brasil nesse segundo embate é o carioca Ítalo Cerqueira, 27, que ao lado de Fernanda forma o primeiro casal de brasileiro negros a disputar o concurso num mesmo ano. 

Sargento do Exército, Ítalo é o primeiro negro a tornar-se Mister Brasil CNB (Concurso Nacional de Beleza). Fernanda não é a primeira mulher negra a ir ao Miss Supranational, mas se diz empolgada com o concurso, que não é muito conhecido no Brasil

A jovem se classificou após ficar em segundo lugar no Miss Brasil CNB, vencido pela mineira Elis Miele, 20. Apesar de pouco conhecido por aqui, o Miss Supranational conta com grande credibilidade no setor e vem ganhando cada vez mais espaço, ano após ano.

“Não conhecia a fundo o concurso, estudei um pouco e acompanhei o ano passado. Mesmo assim, minha experiência tem sido incrível! Além de ser o meu primeiro concurso internacional, é minha primeira viagem para o exterior. Eu nunca havia pegado um avião também. Poder conhecer tantas pessoas e culturas diferentes num mesmo lugar está me deixando muito feliz e orgulhosa!”, disse ela em conversa com o F5.

É claro que, comparado ao Miss Universo ou ao Miss Mundo, que têm quase 70 anos cada, o Miss Supranational é um concurso novo, que celebra agora sua 11ª edição. No âmbito de popularidade e alcance, é também consideravelmente inferior.

A boa notícia é que, como o mundo das misses está notavelmente passando por uma reforma geral, o Supra apresenta elementos novos que rapidamente preencheram lacunas e expectativas dos fãs.

Assim como o Miss Grand International, o Supra nasceu em meio à geração Z e possui alto investimento. Criatividade, glamour, dinamismo e, principalmente, conectividade são alguns dos atrativos que encantam e atraem os olhares de organizadores no mundo todo. A atual vencedora é a porto-riquenha Valeria Vázquez, 25.

“O Miss Supranational completou dez anos e se tornou grande rapidamente. Já está bem estabelecido, é transmitido pela TV para cerca de 130 países. Os palcos e a iluminação dos shows são considerados os melhores entre os maiores concursos”, detalha Henrique Fontes, diretor do CNB.

“O concurso possui ainda uma dinâmica um pouco diferente, mostra todas as candidatas em traje típico, de banho e de gala na final, mas não de forma maçante ou chata. É um show com muita música e muita dança. Sempre acontece na neve, com atividades de neve, e tem ainda um prêmio de US$ 30 mil (cerca de R$ 126 mil)”, completa.

Fontes é também um dos diretores do site especializado em concursos Global Beauties, que já em 2012 classificou o Supra como um dos cinco grandes concursos mundiais. Ao mesmo tempo, o site derrubou do grupo, chamado de grand slam, o Miss Terra. 

O Brasil tem enviado representantes todos os anos ao Supra, desde 2009, mas ainda não trouxe o grande prêmio para casa. Agora Fernanda batalha para ser a nova detentora da coroa e, assim, tornar o concurso mais conhecido por aqui. Apesar do alto número de 80 candidatas no páreo, a miss não se sente desanimada e nem ameaçada.

“Se eu somar as misses dos concursos anteriores que participei e venci, vai dar cerca de 80 meninas. Então é algo que não me assusta, mas me fortalece! Ter várias candidatas, na verdade, me traz a ideia de que vou poder trocar e aprender bastante, estou adorando!”, analisa Fernanda.
 
Mais curto e também na Polônia, o Mister Supranational começa na segunda-feira (25). Em sua quarta edição, o certame acontece desde 2016 e o Brasil também não conquistou uma vitória ainda. Já ocuparam o posto México, Venezuela e Índia, atual país ganhador. 

“O projeto do Mister Supranational se tornou um grande evento e também atendeu uma carência nos concursos masculinos, que nunca chegaram a ter a mesma força dos femininos. Possui um grau de entretenimento e ritmo muito legais e está dando certo”, conclui Fontes.
 

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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