Pepeu e Baby falam a Bial sobre a volta do casal aos palcos após 34 anos
Completando 70 anos de idade, os dois lembram como se conheceram e do início dos Novos Baianos
Quando se separou de Pepeu Gomes em 1988, Baby do Brasil ainda era conhecida como Baby Consuelo. Agora, 34 anos depois, quando ambos completam 70 anos de vida, o casal volta a protagonizar shows em parceria. Ela completará sete décadas nesta segunda-feira (18), pouco mais de seis meses depois dele.
É esse reencontro para a turnê "140 Graus", soma da idade de ambos, que leva os pais de Sara Sheeva (que nasceu Riroca), Zabelê, Nana Shara, Pedro Baby, Krishna Baby e Kriptus Rá a conversar com Pedro Bial no Conversa desta sexta-feira (15), que sempre vai ao ar na madrugada, após o Jornal da Globo.
Ex-integrantes dos lendários Novos Baianos, os dois marcaram mais que uma geração e continuam a servir como referência para quem veio depois, adotando um mix de rock e ritmos brasileiros como samba, choro, MPB e bossa nova.
Em 1979, quando os Novos Baianos chegaram ao fim, cada um partiu para carreiras solo, assim como eles, mas a agenda de shows, no caso de Baby e Pepeu, unia o casal com frequência, até porque ele era o guitarrista titular a acompanhá-la mesmo em shows solo, como no festival de Montreux.
No encontro presencial com Pedro Bial, num armazém do Porto, no Rio de Janeiro, eles dividem suas histórias pessoais com a música, contam como se conheceram, no último show de Caetano Veloso e Gilberto Gil antes do exílio, que rendeu o álbum "Barra 69", em Salvador, com Pepeu na banda.
"Eu era baixista quando Gil me viu na televisão tocando. Ele foi na minha casa pedir autorização ao meu pai para fazer o show. Falei ‘meu pai deixou, Gil, mas eu quero morar com você’ [...]. Aí saí de casa para morar com Gil e fazer os arranjos do ‘Barra 69’. Um dia, fuçando nos discos do Gil achei uns do Jimi Hendrix, naquela noite fui dormir baixista e acordei guitarrista", conta Pepeu.
Sobre a vivência com os Novos Baianos, Baby e Pepeu contextualizam as limitações artísticas durante a ditadura militar, e o sonho que compartilhavam de se tornarem uma banda histórica.
"Eu sei onde é a explosão do Pepeu, sei quando ele vai dar aquela nota lá em cima", conta Baby, que também revela o processo conjunto para composição. "Nós trabalhamos muito e num momento resolvemos nos separar. A gente achou que seria bom dar uma descansada um de lado e outro de outro porque a gente não tinha interesse de falar sobre a nossa separação para ninguém. Era uma coisa só nossa e isso foi uma coisa muito bacana porque se a gente tivesse criado um barraco não poderíamos estar sentados aqui hoje", diz ela.
O Conversa com Bial tem direção de Mônica Almeida e é exibido também no canal internacional da Globo e em simulcast no Globoplay. As entrevistas também podem ser acompanhadas no podcast ‘Conversa com Bial’, disponível no Globoplay ou em qualquer plataforma de áudio.
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