Jornal Nacional faz 1 minuto de silêncio pela liberdade de imprensa
Edição em homenagem à data é aberta com desaparecimento de jornalista na Amazônia
"O caminho da democracia é a informação", avisou a edição do Jornal Nacional desta terça-feira (7), Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. O alerta veio estampado na tela, enquanto os apresentadores Heraldo Pereira e Renata Vasconcellos cumpriam 1 minuto de silêncio em homenagem à efeméride. Antes disso, aos primeiros segundos de imagem sem áudio, a tela avisava: "O silêncio incomoda".
Pereira informou sobre o tema da data. A seguir, Vasconcellos disse: "Esse nosso gesto, essa nossa homenagem, é pra lembrar a importância desse direito fundamental para a democracia".
O minuto de silêncio foi interposto entre o anúncio das manchetes da edição e a primeira reportagem, sobre o desaparecimento de um jornalista, no caso, Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas, acompanhado pelo indigenista Bruno Pereira, que recebera ameaças para frear investigações sobre ilegalidades contra o meio ambiente.
Phillips e Pereira desapareceram no Vale do Javari, enquanto viajavam da comunidade de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, na região do Amazonas. O trajeto deveria durar cerca de duas horas, mas ambos não retornaram à cidade.
Segundo informações divulgadas pela Marinha, Polícia Federal, Polícia Civil, Governo do Amazonas e Itamaraty, as operações de resgate contam com helicóptero, barcos, jet-sky, mergulhadores e batalhões especiais.
"A Abraji e outras 10 entidades dedicadas à proteção e defesa da liberdade de expressão e de imprensa no Brasil pediram uma audiência com o governo do Brasil para discutir o desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira", informou o JN. "As entidades enviaram um ofício aos ministros da Justiça, Anderson Torres, e da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira, para manifestar preocupação com o ritmo das buscas e a falta de informações sobre o caso."
Nesta mesma edição de terça-feira, o JN informou que a Justiça de São Paulo condenou o presidente Jair Bolsonaro a pagar uma indenização coletiva a jornalistas por danos morais no valor de R$ 100 mil. A ação civil pública é do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, que representa a categoria,
A decisão é de primeira instância, da 24ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, e ocorre após ação civil pública impetrada pelo Sindicado dos Jornalistas do Estado de São Paulo. Ainda cabe recurso.
Em sua decisão, a juíza Tamara Hochgreb Matos citou diversos casos de ofensas de Bolsonaro contra os jornalistas, classificando-as como "manifesta prática de discurso de ódio, e evidentemente extrapola todos os limites da liberdade de expressão garantida constitucionalmente".
Bolsonaro ainda pode recorrer.
O JN também informou a origem da definição da efeméride que zela pela liberdade de imprensa e lembrou o AI-5 Ato Institucional assinado durante a ditadura militar, que instituiu a Censura oficial no país.
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