Alckmin é comparado a Mao Tsé Tung em piada do Greg News
Programa resgata oposição a Lula no passado, mas tenta explicar possível nova chapa
O Greg News desta sexta-feira (15) se dedicou a contextualizar todas as contradições e argumentações para a possível nova chapa entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) para a presidência da República.
O próprio Gregório Duvivier, colunista da Folha, diz, a princípio, que "é difícil defender" esta nova aliança, e resgata discursos e episódios recentes da história do país para explicar às "crianças" o que era a rivalidade entre tucanos e petistas em um passado de poucos anos atrás.
Antes de mostrar que a polícia gerida por Alckmin no estado de São Paulo agiu por diversas vezes com agressividade que beirava o fascismo, agredindo estudantes e ocupantes de terrenos que foram alvo de reintegração de posse, Greg debochou da atual aproximação do ex-tucano com a esquerda.
MEMES
A imagem que embalou a edição foi um Alckmin emoldurado pela clássica imagem de Vladimir Lênin, líder comunista e chefe do governo soviético, com um tucano invadindo a foto. O Greg News traçou ainda, por meio "do penteado", uma semelhança entre o brasileiro e o chinês Mao Tsé-Tung, fundador da República Popular da China e um dos maiores líderes comunistas do século 20, em fotomontagem que ilustra este texto, a partir da reprodução de imagem do programa.
CONTRADIÇÕES
Greg brinca também com atenuantes para o apelido "picolé de chuchu", que se popularizou a partir das crônicas de José Simão, colunista da Folha. E expõe os muitos pecados de Alckmin na vida pública, como ser "o pior head hunter da história do Brasil", ao nomear Ricardo Salles como secretário de meio ambiente em São Paulo. "Foi ele o responsável por pegar o Ricardo Salles e colocar na vida pública", lembra o humorista, sobre o sujeito que se tornou depois ministro da mesma pasta no governo Bolsonaro.
Salles ficaria famoso pela frase da reunião ministerial de abril de 2020 em que defendia o arrefecimento das leis ambientais como boa oportunidade de "passar a boiada" enquanto a imprensa e o público estivessem focados nas informações sobre a pandemia da Covid-19.
Embora se posicione claramente como um programa de esquerda, Greg tampouco alivia as contradições de Lula, lembrando que o petista já era "bem centrista" em 2003, quando assumiu o palácio do Planalto. Mas expôs ainda relatos de Fernando Henrique Cardoso sobre o que Lula pensava dos possíveis aspirantes à presidência naquela época, quando dizia que entre José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, este último era o único com chances de chegar ao Planalto.
A edição lembra também do fracasso de Alckmin nas urnas em 2018, quando chegou em 4º lugar na corrida pela presidência, e do período em que o ex-governador de São Paulo trabalhou como comentarista de saúde na TV, pela Gazeta e pela Band.
Mas o programa conclui que a chapa Lula-Alckmin se justifica pela transferência de votos do ex-tucano a Lula em São Paulo, onde o bolsonarismo é forte, o que pode se replicar em outros estados, e ainda "
Greg lembra também que alianças como esta, formada entre figuras que foram adversárias ferrenhas no passado, não são novidade na história do país. Em 1984, personagens não necessariamente uníssonos se juntaram no palanque das Diretas Já, que uniu a todos, "até palmeirenses e corintianos", brinca, menos a Globo, que já "estava em busca de uma terceira via", com uma espécie de "semi-Diretas", debocha, lembrando que a emissora então de Roberto Marinho procurou camuflar o famoso comício na Praça da Sé.
Na ocasião, a Globo ignorou manifestações pró-Diretas até 25 de janeiro de 1984, data do comício, que só foi mencionado no meio de uma reportagem de Ernesto Paglia anunciada por Cid Moreira como parte das celebrações pelos 430 anos da cidade de São Paulo, e não como um comício.
O Greg News está disponível no YouTube, gratuitamente, além de ficar disponível na plataforma de streaming HBO Max.
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