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Colo de Mãe
Descrição de chapéu Agora

Sou madrasta com amor; essa palavra nunca foi problema em casa

Não usamos "boadrasta" ou "segunda mãe"; gostamos do que as palavras realmente querem dizer

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Agora

Pouco falo sobre o tema, mas eu tenho duas enteadas. São moças. Lindas, simpáticas e inteligentes, só para usar os três adjetivos que o pai mais gosta na hora de se referir a todas as quatro filhas.

Minhas enteadas me lembram com muita frequência do meu papel de madrasta. E muito porque gostam de compartilhar a vida comigo. Estão longe, mas sempre perto do meu coração.

Fotolia

Uma faz aniversário em junho. A outra, em julho, e talvez isso tenha me despertado as melhores lembranças sobre as crianças que conheci e que hoje são duas mulheres lindas. Elas têm coração de ouro. Amam e são muito parceiras das irmãs.

Não tiveram ciúmes nem torceram o nariz quando descobriam que aumentaríamos a família. O convívio sempre foi muito amigável e gostoso. Colecionamos boas lembranças. E teríamos vivido mais coisas se tempo e distância nos permitissem.

Uma me chama pelo nome e a outra me chama de tia até hoje. Nunca determinei, pedi ou defini como deveriam se referir a mim. Também nunca tivemos problemas com o termo “madrasta”.

No dicionário, a definição é muito clara: é a forma de se denominar a mulher do pai em relação aos filhos dele. Nunca tratamos o meu papel com eufemismos, do tipo “boadrastra ou segunda mãe”.

Minhas filhas, ao tomarem consciência que eu era madrasta, se assustaram porque o que viam nos contos de fada era depreciativo sobre a segunda mulher do pai. Mas, aos poucos, entenderam como a harmonia da vida de verdade, fora dos livros e histórias, é escrita por nós mesmos.

Assim como minhas enteadas me respeitam, minhas duas meninas também respeitam e gostam muito da primeira mulher do pai delas. A chamam carinhosamente de “tia”. Não nos vemos sempre e, na pandemia, a saudade aperta. No meu aniversário, elas costumam me emocionar com os cumprimentos.

Nunca quis assumir o papel de mãe de nenhuma das duas, creio que isso ajudou o relacionamento a fluir melhor. Assim, eu somei. Elas têm pai, mãe, irmãs e eu!

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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