Colo de Mãe
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Dia das Mães: Hoje é dia de celebrar a vida dos filhos, que nos fazem mais fortes

Mãe, a palavra que carrega o mundo

Parece que faz apenas alguns meses que você estava com uma barriga enorme, observando um bebê se mexer e mudar seu corpo - Subbotina Anna - stock.adobe.com
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Parece que foi ontem que você recebeu o resultado positivo do teste de gravidez. Estava ali, na sua frente, o documento que mudaria a sua vida. Os sentimentos são sempre os mais diversos. Alegria, surpresa, espanto, medo.

Embora você tivesse noção de que seu futuro seria diferente, jamais imaginou tudo que passaria até aqui. Parece que foi ontem que você sentiu enjoo, que chorou de emoção ao comprar o berço e, depois, chorou de emoção ao ver o quarto ficar pronto.

Parece que faz apenas alguns meses que você estava com uma barriga enorme, observando um bebê se mexer e mudar seu corpo. Parece que foi ontem que você ficou imóvel ouvindo o som de um coração que não era o seu, mas que vinha de dentro de você. E quer saber? Será sempre seu pedaço.

Você passou 40 semanas olhando seu filho crescer em seu ventre e imaginou que, ao nascer, ele te tornaria mãe, mas descobriu, ao segurar o seu recém-nascido, que você também era uma recém-nascida. A partir daquele dia, vocês cresceriam juntos e aprenderiam um com o outro.

Parece que foi ontem que você quis protegê-lo do sol, do vento um pouco mais forte e do chuvisco que poderia resfriá-lo. Parece que faz apenas alguns meses que você o deixou pela primeira vez na escola, chorando ou sorrindo. Que segurou sua mão na cadeira do dentista, acolheu seu pranto depois da vacina e mostrou, com doçura, que nem sempre a gente faz o que realmente quer.

É, o tempo passa. Ontem, você embalava seu bebê, perdia noites de sono, sentia-se sufocada ao não poder sair, ao não poder ter a vida que tinha antes de se tornar mãe, ao ver muitos amigos partir.

Parece que foi ontem que você disse não para situações que tentavam sufocar sua maternidade, seja um relacionamento malsucedido, um encontro que não deu certo ou o mercado de trabalho que te tentava te tirar o direito de ver seu filho crescer.

Parece que foi ontem que você leu para ele dormir, que você ouviu as primeiras letras balbuciadas de forma lenta, quando seu filho descobriu o mundo da leitura. Parece que foi ontem que vocês apagaram a primeira velinha, a segunda, a terceira... Parece que foi ontem que você consolou-o ao cair, na tentativa de dar os primeiros passos, no primeiro tombo de bicicleta ou após a primeira desilusão amorosa.

Mãe. Uma palavra tão pequena, com apenas três letras, que abarca o mundo. Mãe, uma palavra que, na boca de um filho, fica ainda menor quando ele a pronuncia nas primeiras vezes.

“Mã”, MAMÃE, MÃEZINHA

É, mãe, o tempo passa. Mas você ainda sente o mesmo frio na barriga quando seu filho precisa enfrentar um novo desafio, ainda quer construir um mundo melhor para ele e ainda se emociona em domingos como hoje, em que às vezes faz frio e, em outras, calor.

Um domingo que seria como outro qualquer, em que, algumas vezes, todos estão juntos e, em outras, você recebe só uma ligação. O tempo passa, os desafios mudam e os filhos crescem. Tudo se altera. Seu corpo, sua percepção da existência e suas convicções.

A única coisa que não muda é o fato de que quem te colocou neste papel, te deu esta oportunidade e te enche de amor é o seu filho. Celebremos hoje a vida dele, pois foi seu filho que te trouxe ao mundo da maternidade. É o seu filho que te faz entender que mãe não é, mãe está. Está em constante mudança, em plena adaptação para vê-lo chegar e vê-lo partir.

É, mãe, o tempo passa. E você não é guerreira, não é santa, não é divina. É apenas uma mulher cujo filho pode chamar de MÃE.

P.S. Hoje também celebro 3 anos desta coluna.

Agora

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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