Adaptação escolar é desafio para crianças de todas as idades
Não é só o filho que sofre nos primeiros dias de aula do ano
O ano de 2019 mal começou e já revelou um monte de surpresas em minha nada pacata vida materna. Luiza, a mais velha, fez 12 anos e entrou oficialmente na adolescência.
Para você, cara leitora ou caro leitor, essa é uma movimentação normal da existência. Para mim, como mãe, é a nova fase da maratona da maternidade. E, para ela, como menina moderna e bem informada, é a oportunidade de justificar todo e qualquer mau comportamento. Não bastasse essa novidade, ela mudou de escola.
De forma tranquila (confesso que mais tranquila para ela do que para mim), resolvemos que Luiza deveria ir para uma escola de tempo integral, com mais horas de estudo por dia (alô, galera da educação domiciliar, eu sou fã da escola de dia inteiro) e outra metodologia. É um turbilhão de sentimentos. E olha que estou falando apenas de uma filha.
Laura, a caçula de seis anos, estreou oficialmente no ensino fundamental um, no primeiro ano, fase primordial em sua alfabetização. Tudo mudou. O uniforme é outro, ela tem novos amigos, perdeu vários coleguinhas da educação infantil —o que é um baque para sua vidinha—, a professora é outra, a sala está mais lotada, há novas atividades, a lição de casa será diária e ela vai começar a fazer provas.
É uma mudança radical para quem tem só seis anos e passou os últimos quatro com os mesmos amiguinhos, em um ambiente totalmente lúdico e cheio de brincadeiras. Resultado: está mais apreensiva, com medo e assustada com a nova fase.
A conclusão a que chego é que a adaptação materna não acaba. Quem pensa que vai ter coração apertado, choro e sofrimento só no início da vida escolar dos filhos está enganado. Precisamos lidar, todos os anos, com novos horários, novos amigos, novas regras escolares, avanço no conhecimento, novas demandas e novas necessidades, além, é claro, de novos gastos.
E, como mãe, a gente sofre. Tem o nó na garganta, tem o desejo de que tudo dê certo misturado ao medo de que o filho sofra. Mas, no meio de tudo isso, a gente precisa estar forte para acolher nossos filhos. Eles precisam saber que tudo ficará bem. Mesmo que não fique, mesmo que tenhamos que voltar atrás, começar de novo e nos dar novas chances.
Eles precisam saber que podem chorar ao entrar e sorrir ao voltar e que o abraço será quente e apertado a qualquer momento, na entrada, na saída e, principalmente, durante toda a caminhada nesta vida.
É de Ziraldo o melhor livro de 2018
A literatura de Ziraldo sempre esteve presente no dia a dia de minhas filhas. O clássico “O Menino Maluquinho” é uma tradução da curiosidade e da vivacidade de Luiza, a primogênita, e se tornou também um dos livros preferidos da caçula Laura. E, para nossa alegria, Ziraldo nos presenteou em 2018 com aquele que consideramos o melhor livro do ano, já alçado ao posto de preferido das meninas.
“As Cores do Escuro e os Meninos de Plutão” foi lançado em 2018 pelo escritor, que fez 85 anos, participou da bienal do livro e ficou internado por um mês após sofrer uma AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O livro encerra, de forma fantástica, a coleção “Os Meninos dos Planetas”. Em meio a rimas e muitas cores, o escritor conta que, em Plutão, a escuridão é colorida. E cada estação tem um tom diferente. Em meio ao caos do dia a dia, foi o livro que ‘coloriu’ nossas noites.
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