Ácidos para a pele: em tempos de quarentena, é hora de experimentar
Glicólico, salicílico, mandélico, retinol: os benefícios desses aliados
Ficar dentro de casa se tornou uma obrigação. E uma oportunidade inesperada para quem ensaia faz tempo experimentar um tratamento de pele mais potente. "Nós, dermatologistas, já costumamos orientar os pacientes a começar tratamentos à base de ácidos apenas nesta época do ano, o outono, quando a luminosidade diminui e o risco de surgirem efeitos colaterais é minimizado", explica a dermatologista Amanda Carniello, de São Paulo.
"Como, por causa do isolamento, as pessoas não estão se expondo diretamente à luz solar, a chance de ocorrerem reações se torna menor ainda", completa. Ou seja, o momento é mais do que adequado para começar uma rotina de cuidados que envolva ácidos renovadores.
Retinoides (caso do retinol), ácido glicólico, ácido salicílico e ácido mandélico são ativos reconhecidos por sua capacidade de renovar a camada superficial da pele, melhorando a luminosidade e trazendo maciez e textura uniforme. Além disso, cada um deles tem benefícios mais específicos.
Os retinoides são os que atuam mais intensamente sobre o colágeno, ou seja, aqueles que proporcionam um efeito mais poderoso sobre a firmeza e as rugas. Por outro lado, seu potencial de sensibilizar a pele é maior e, por isso, demandam atenção extra.
"O glicólico, que vem na sequência em termos de potência, também age sobre o colágeno e dá bons resultados em relação às linhas finas e rugas", esclarece a dermatologista Juliana Macéa, de São Paulo.
O salicílico é mais conhecido por sua capacidade de diminuir a oleosidade e desobstruir os poros. Graças a essas propriedades, é especialmente indicado para quem tem pele oleosa ou com acne. Já o mandélico é o que apresenta ação mais delicada entre todos, mas mesmo assim ativa a síntese de colágeno e tem um efeito evidente sobre a luminosidade e a textura. Pode ser uma boa opção para quem tem rosácea ou pele sensível.
E COMO USAR OS ÁCIDOS, AFINAL?
A primeira medida é respeitar o período de adaptação da pele à fórmula. "Comece alternando o uso noite sim, noite não, ou até mesmo uma noite sim e duas não", ensina a dermatologista Amanda Carniello.
Nas noites em que não passar o ácido renovador, aplique um hidratante potente (com ácido hialurônico, por exemplo) ou um creme nutritivo, mas evite qualquer produto que inclua outros ativos poderosos, como clareadores ou outros anti-idade. Assim, você evita interações não esperadas e irritações.
A dermatologista Juliana Macéa chama atenção para a quantidade de ácido utilizada. “A camada deve ser bem fina, isso contribui para que o produto não agrida a pele.”
Uma leve sensibilidade pode ocorrer no início desse primeiro período – se ela persistir, melhor interromper o uso. Caso ele termine sem nenhuma reação mais séria, você pode passar para a segunda etapa, que é usar o ácido escolhido todas as noites, mas sempre observando cuidadosamente a reação da pele e dando um passo atrás caso surja vermelhidão ou sensação de ardor.
Tudo perfeito e nenhuma reação indesejada? Mantenha a rotina dessa forma. Os benefícios, que provavelmente já começaram a aparecer, vão se tornar mais evidentes.
SE ADERIR AOS ÁCIDOS, NÃO ESQUECER DO PROTETOR
Independentemente da fase do tratamento em que você esteja, aplicar protetor solar de manhã é indispensável. Mesmo estando dentro de casa. A luz que vem da janela, das lâmpadas e das telas do computador e do celular interage com a pele e pode provocar tanto sensibilidade como manchas, prejudicando a melhoria trazida pelo ácido.
Um outro alerta é manter o rosto hidratado também durante o dia (aplique o hidratante ou nutritivo antes do protetor). Ácidos, no geral, provocam ressecamento, e é necessário contrabalançar esse efeito para manter a pele equilibrada. Importante reforçar: jamais associe produtos com ativos renovadores ou clareadores diferentes por conta própria.
Essas associações só são válidas quando o produto escolhido já combinar um ácido a outro componente, porque nesse caso a fórmula foi testada e avaliada antes de chegar às prateleiras. Ou então, quando o dermatologista programar um tratamento, devidamente acompanhado por ele, que envolva mais do que um princípio ativo.
E por falar nos dermatologistas, vale lembrar ainda que, apesar de haver várias opções de bons produtos com ácidos em farmácias e lojas online –há vários exemplos na galeria deste texto–, o ideal é conversar com seu médico antes de aderir a qualquer um deles.
O isolamento não é desculpa para pular a consulta: agende uma conversa online –a telemedicina está funcionando a todo vapor!– e sinta-se mais segura para aproveitar apenas o que os ácidos fazem de melhor.
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