Monja budista ensina a encontrar pequenos momentos de calma e prazer no dia a dia
Livro 'A Magia do Silêncio' dá dicas para se desconectar da tecnologia
Não se engane. Muito menos se antecipe. Nem faça um barulho desagradável. O livro “A Magia do Silêncio”, da monja francesa Kankyo Tannier (R$ 29,90, 160 págs., Sextante) –considerada uma nova voz do budismo– trata, antes de tudo, de buscar a calma interior para, a partir daí, alcançar a paz e a tranquilidade do silêncio no dia a dia.
Para usar palavras da autora, ela ensina, passo a passo, a como retirar uma venda diante dos olhos e conseguir tirar proveito das atividades mais simples.
Adepta da tradição zen, Kankyo é chamada de "nova voz" justamente por difundir a doutrina milenar com uma abordagem mais leve. Ela viveu por mais de 15 anos no mosteiro Ryumonji, na região francesa da Alsácia, antes de se estabelecer em uma floresta próxima, cercada por árvores de animais.
Kankyo tem apreço especial por gatos. E cita os que possui de estimação no livro, como exemplo de sabedoria. Como para os dorminhocos felinos, a arte de conquistar o silêncio estaria muito próxima da arte de meditar –ou seja, adquirir ferramentas para o controle da mente.
Pode parecer besteira, mas, com a enxurrada de informações da vida moderna, é muito fácil ter a atenção sequestrada por barulhos de todo tipo, como propagandas, músicas e televisores, sem nem se dar conta disso. Tanto em casa quanto em uma simples caminhada pela rua.
Mas, assim como é quase impossível conseguir esvaziar a mente para meditar (a não ser que você seja um monge muito treinado), o silêncio total também não pode ser atingido.
O que Kankyo faz é tentar reconduzir o leitor ao controle da própria vida, para tentar passar um pouco da calma e da serenidade que experimentou ao viver em monastérios no Oriente. As dicas são práticas e simples, como fazer pequenas pausas visuais ao longo do dia e tirar proveito de uma simples caminhada até o trabalho para descansar a mente.
Uma delas pede que o leitor, sentado e em silêncio, tente sentir suas emoções sem tentar controlá-las. Esse ato de aceitação total do mundo interior é o primeiro passo de um dos maiores preceitos do budismo: nada é para sempre, tudo está em constante transformação e não adianta lutar contra isso.
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