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Alexandre Orrico

BBB 21 virou videogame de Tiago Leifert

Programa diverte mais quem faz as regras do que quem joga

Tiago Leifert - Instagram/tiagoleifert
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Completamente apaixonado por jogos eletrônicos, Tiago Leifert transformou o Big Brother Brasil (Globo) em seu próprio videogame, com inúmeras regras e dinâmicas que mudam toda semana. São tantas as ferramentas que podem influenciar o destino dos personagens que a diversão maior parece ser a de quem controla o jogo (o game master, diria Tiago) do que a de quem joga ou assiste.

Tiago com frequência faz analogias com joguinhos em seus discursos, como quando citou "Crusader Kings" na eliminação de Carla Diaz. E quem o segue no Instagram vê que ele vive fazendo stories sobre o tema (incluindo aí muitos merchans de PlayStation), sentado em sua cadeira gamer.

Foi por lá que disse ter chorado no fim de "Spider-Man: Miles Morales", no fim do ano passado. E, mais recentemente, explicou ser fascinado por game design e como aplica as técnicas nos obstáculos e provas que inventa para o BBB.

Paredão falso, bate-e-volta, contragolpe, jogo da discórdia, dedo-duro, big fone, poderes secretos que podem durar semanas, anjo, xepa e VIP, camarote e pipoca, votação aberta e fechada, cordões, colares, pulseiras coloridas… Não parece coisa demais? Os recursos foram criados para dinamizar o programa, mas em excesso parecem confundir e atrapalhar a estratégia de quem quer ganhar R$ 1,5 milhão.

Claro que ninguém quer um programa previsível, mas muitas vezes os brothers e sisters parecem confusos, guiados pelo medo da próxima surpresa. Está em extinção o participante que quer eliminar o outro porque o vê como um forte concorrente, o que dá emoção para o programa. O que eles querem é serem bem-vistos pelos outros para não serem votados, porque é uma das únicas coisas que podem planejar.

A imprevisibilidade pode atrapalhar a elaboração de estratégias e favorecer a sorte. Será que vale a pena? Tomara que pelo menos essas regras todas rendam um paredão entre Juliette e Sarah no próximo domingo. O Brasil merece.

Alexandre Orrico

Foi repórter e editor da seção de tecnologia da Folha entre 2009 e 2015. Colaborador da Folha, hoje trabalha para a ICFJ (International Center for Journalists) e edita o Núcleo Jornalismo.

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