Com prostituta fetichista e vizinha voyeur, 'Olhar Indiscreto' é também sobre família, dizem atrizes
Débora Nascimento e Emanuelle Araújo contam como foi gravar sequências picantes da série
Emanuelle Araújo, 46, declara confiante que "Olhar Indiscreto", série que protagoniza ao lado de Débora Nascimento, 37, é "de família". Na trama, que estreou no domingo (1º) na Netflix, as duas atrizes interpretam "vizinhas" que têm o universo sexual como característica em comum.
Emanuelle interpreta Cleo, uma prostituta de luxo envolvida no mundo do BDSM (sigla que significa "bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo"). Sem saber, ela é observada diariamente por Miranda (papel de Débora), uma hacker habilidosa e voyeur, que passa os dias entretida com os atendimentos da vizinha.
Com cenas de sexo intensas e picantes e algum suspense, a série aborda diversas questões que vão além do comportamento das duas mulheres. "É uma série de família, que fala das relações familiares que todo mundo tem", afirma a ex-Banda Eva. "É sobre a família da Miranda, com a avó enfrentando a doença de Huntington, é sobre as histórias de outras famílias. A energia sexual é a energia que impulsiona a vida", garante.
O envolvimento pele com pele da produção é tão presente que foi preciso contar com o trabalho de uma coordenadora de intimidade para conduzir as cenas. Em certos momentos, os espectadores verão a prostituta fazendo sexo oral em um cliente e a hacker se masturbando enquanto observa tudo pelo zoom da câmera fotográfica.
Apesar das singularidades da personagem que interpreta, Débora diz que conseguiu se conectar com Miranda pelas aspectos em comum: ela também se considera tímida e introspectiva. O fato de a equipe por trás das câmeras ser majoritariamente feminina também ajudou a deixá-la à vontade —e sem a preocupação de ser sexualizada em excesso.
"Pesou muito na minha decisão de fazer essa série saber que a equipe era majoritariamente feminina, que a diretora era mulher, que a câmera era uma mulher. Essas profissionais incríveis que iam estar comigo me apoiando", disse.
As atrizes contam que o olhar da coordenadora foi muito importante e as deixou mais relaxadas. As gravações eram ensaiadas previamente, e elas dizem que os mínimos toques eram previamente estudados.
"Usamos almofadas e coisas do tipo que evitam o contato, mas que não aparecem na câmera. Então dá uma ilusão. E, para além disso, tinha um cuidado emocional. Através de um gesto ou olhar diferente, a coordenadora já percebia se estávamos desconfortáveis", explica.
Para mergulharem nas personagens e conhecer o que iam retratar, todo o elenco participou de palestras e workshops sobre as práticas sexuais que permeiam a produção. Com isso, Emanuelle e Débora dizem que passaram a enxergar o assunto como algo mais natural.
"Não importa se você gosta ou não gosta, passamos a ver isso como uma escolha", diz a primeira. "O nosso olhar para a prostituição, por exemplo, é muito estereotipado. Essas mulheres são normais."
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