'Reboot' faz piada com os bastidores de série fictícia que é retomada após 20 anos
Rachel Bloom e Paul Reiser comentam semelhanças entre a ficção e a realidade
Rachel Bloom e Paul Reiser comentam semelhanças entre a ficção e a realidade
A tradução mais literal de "reboot" é reinício (como quando você clica para reiniciar o seu computador). Porém, na ficção, a palavra ganhou um significado ligeiramente diferente. Em vez de começar de novo, do mesmo jeito, ela tem sido usada quando uma série ou franquia de filmes ganha cara nova, numa espécie de relançamento.
Em "Reboot", que estreia na quarta-feira (2) no serviço de streaming Star+, esse relançamento é parte inerente da trama. A série acompanha a roteirista e produtora Hannah (Rachel Bloom), que tem a ideia de contar como estariam hoje os personagens de "Step Right Up", sitcom fictícia do começo dos anos 2000, reunindo todo o elenco original.
Nesse grupo, estão um ator que havia deixado a produção para tentar uma carreira séria no cinema (o que acabou não ocorrendo), um ex-dependente químico que já foi preso por cometer pequenos crimes, uma atriz que se casou com príncipe europeu, e um ex-astro mirim com muitas questões por resolver.
"Interpretar a criadora de uma série estressada e com um monte de coisas para resolver não é algo muito distante da minha realidade", diz Bloom, que cocriou a série "Crazy Ex-Girlfriend" (2015-2019), ao F5. "Mas eu tentei fazer um sotaque irlandês e depois esconder com um sotaque americano... Brincadeira! Não precisei recorrer a um método específico de atuação (risos)."
Na trama, a ideia de dar novos ares à trama é posta em risco quando o criador da série, Gordon (Paul Reiser), é envolvido no novo projeto. Por razões que parecem transcender a simples implicância profissional, Hannah odeia o colega. O motivo só é esclarecido ao final do primeiro episódio.
"Ah, você está falando de quando o palhaço pula fora do bolo", despista a atriz quando perguntada sobre a reviravolta. "Eu amo essa grande surpresa no final do episódio, que é fundamental para a minha personagem. É a partir disso que tudo acontece."
O veterano Paul Reiser, conhecido por séries como "Mad About You" (1992-1999) e "Stranger Things" (2017-atual), entre outras, diz que muitas das situações da série são bastante familiares para ele. "São muito próximas da realidade", afirma. "Mesmo as coisas mais desconfortáveis."
"Estão lá os executivos das redes, todo o ego envolvido e também todo o trabalho duro", diz. "Mas também tem uma sensação de que todas aquelas pessoas são uma grande família. Às vezes você briga um pouco, mas tem algo maior que os une —e a série passa isso."
Sobre o personagem, Reiser conta que Gordon representa as ideias anacrônicas de alguém que teve seu auge em um período em que só homens brancos e heterossexuais comandavam os estúdios. "É um cara que não está na televisão há um bom tempo, ele não entende as piadas novas", conta.
"Gosto de pensar que eu não sou tão sem noção nem tão estúpido quanto meu personagem, mas eu posso estar errado", brinca. "É algo que você acaba tomando como um fato, mas que não necessariamente é verdade. Mas vou me agarrar a essa certeza."
O ator adianta que a relação entre Gordon e Hannah vai melhorar um pouco ao longo do tempo, mas essa construção é feita de forma muito gradual, "sem deixar as coisas muito fofas". Ele também comenta que esse conflito é tão central para a série que impactou até a escalação dos atores.
"Eles estavam fazendo testes com diferentes tipos de atrizes, mas depois que eles chegaram à fórmula da relação entre ambos tiveram a certeza de que Rachel era a pessoa certa para o papel", revela. "Isso também deu à série uma espinha dorsal, que é ladeada por todos os demais personagens."
Perguntado se gostaria de participar do "reboot" de alguma de suas séries, o ator saiu pela tangente. "Gostaria de um 'reboot' de 'Reboot'", disse. "Gostaria de fazer mais temporadas, ainda temos muitas risadas para serem dadas. E espero que o Brasil se divirta com a série!"
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