Miranda Cosgrove diz não temer ficar conhecida por uma só personagem
Atriz está de volta a 'iCarly', no papel que a lançou com 13 anos de idade
Atriz está de volta a 'iCarly', no papel que a lançou com 13 anos de idade
Revisitar um personagem que fez muito sucesso nem sempre é a primeira escolha de um ator que não quer ficar marcado por um só papel. Esse, no entanto, não foi o maior receio de Miranda Cosgrove, 28, ao voltar a dar vida a Carly Shay no revival de "iCarly", que estreou há poucas semanas no Brasil pelo serviço de streaming Paramount+.
"Eu liguei para o Jerry Trainor, que faz o Spencer [irmão mais velho de Carly] na série, logo depois de receber a proposta e nós dois estávamos preocupados porque não queríamos arruinar as memórias de infância de ninguém fazendo novos episódios que não estivessem à altura das expectativas", disse a atriz em resposta ao F5 durante bate-papo por videoconferência com a imprensa mundial.
A série original, que também está disponível no Paramount+, foi ao ar entre 2007 e 2012 no canal pago Nickelodeon. Criada por Dan Schneider, ela se tornou um fenômeno mundial de audiência e, até hoje, tem memes circulando na internet. Além disso, foi indicada cinco vezes ao Emmy de programa infantil.
Porém, se o histórico de sucesso fez os envolvidos ficarem apreensivos, a forma como a história foi atualizada acabou tranquilizando a todos. "Percebemos que seria uma série diferente", avalia. "Mesmo que tenha muitas semelhanças, seja gravada nos mesmos cenários e se passe no mesmo universo, é uma série para adultos. Quando percebemos isso tudo ficou muito menos amedrontador."
Na trama original, Carly era uma adolescente que fazia um programete transmitido pela internet junto com os amigos Sam (Jennette McCurdy) e Freddie (Nathan Kress). Vale lembrar que, na época, pouca gente fazia isso, de modo que a personagem foi, de certa forma, uma precursora da tendência digital.
"Não sei se me sinto responsável por tudo o que aconteceu, mas de vez em quando aparece alguém que começou a gravar vídeos porque se inspirou em mim", comenta. "Tem muita gente por aí mostrando sua criatividade. A série original era sobre garotos que não tinham muito poder de dizer as coisas, mas queriam falar mesmo assim. Gosto de pensar que as pessoas têm essa possibilidade na vida real."
A nova série, que já garantiu uma segunda temporada, se passa uma década depois, mas enquanto Kress voltou ao elenco, McCurdy se recusou e declarou que tinha vergonha dos papéis que fez na infância. Agora, Carly está tentando voltar à vida de influenciadora digital, mas tem que se dividir com o trabalho, a família e os namorados.
"A série original vai sempre estar lá e, nesta nova extensão, nós pudemos explorar coisas novas, que não teríamos a oportunidade de fazer antes", comemora. "Da primeira vez, havia muitas coisas que estavam acontecendo na minha vida que eram similares ao que ocorria em cena, mas eram coisas como o primeiro beijo, o primeiro encontro, a primeira briga com a melhor amiga... Quero que isso aconteça de novo."
Ela exemplifica com uma cena que jamais teria sido possível na versão infantil. Em um dos episódios, Spencer contrata, sem querer, uma prostituta para Freddie. "Isso nunca ocorreria, não é que estejamos tentando fazer coisas muito ousadas em todos os episódios, mas tem alguns momentos assim", diz.
Porém, tudo recebe uma atenção especial para não ficar acima do tom. "Ainda queremos que as famílias possam assistir à série juntas e também não queríamos perder a essência do original, que era meio pateta e bobo", explica. "Queremos manter tudo isso, mas sem parecer uma produção voltada para crianças."
E tem pelo menos uma coisa que não mudou nada: a música da abertura ("Leave It All to Me", cantada pela própria Miranda Cosgrove e por Drake Bell). "Pensamos em gravar uma nova trilha e eu amo cantar, então achamos que poderia ser divertido, mas acabamos ficando com a música original proque achamos que as pessoas iam ficar tristes se algumas coisa não tivessem permanecido", conta.
Por outro lado, uma coisa que se transformou foi a relação dela com os demais atores. "Atualmente Jerry e eu somos ambos adultos, em vez de um adulto e uma criança", conta. "Isso mudou bastante coisa, eu me divirto muito conversando com ele, que me ajuda até com a minha vida amorosa às vezes. Eu conto a ele sobre os meus encontros e essas coisas e ele me dá os melhores conselhos masculinos. Não sei se é a coisa que ele mais gosta de fazer, mas ele é um ótimo ouvinte (risos)."
Comparando as duas versões da série, ela diz que ambas foram experiências de grande aprendizado para ela. "Na primeira, tive a minha primeira protagonista e tudo era muito novo", lembra. "Agora estou tendo uma experiência similar porque também sou produtora executiva da série, então tem várias coisas que nunca tinha feito, como sentar com os roteiristas, avaliar as ideias, ajudar com a edição dos episódios. São coisas que nunca pensei que teria a oportunidade de fazer."
Sobre a fase atual de Carly, a intérprete diz que a personagem ainda está se encontrado. "Ela sempre teve pessoas apresentando com ela", lembra. "No original, era a melhor amiga Sam. E a nova série começa com ela apresentando com o namorado, com quem ela logo termina."
"Boa parte da temporada é com ela tentando entender como fazer aquilo sozinha e buscando a própria confiança, algo com o que me identifico muito porque também estou começando de novo", continua. "Com certeza já me senti insegura ao longo da vida e acho que muitas pessoas nessa faixa dos 20 anos não tem 100% do que podem alcançar às vezes."
Antes de gravar os novos episódios, ela diz que assistiu aos episódios originais para lembrar de algumas coisas. "Eu tinha 13 anos quando comecei e era tudo muito rápido, teve uma temporada em que gravamos uns 45 episódios seguidos", lembra. "Tem algumas coisas que foram uma surpresa para mim, mesmo eu tendo gravado."
Cosgrove comemora que conseguiu manter a carreira em paralelo à graduação em psicologia. "Eu sou atriz desde os 7 anos e, logo que 'iCarly' terminou, poderia ter sido o momento de fincar pé na atuação, mas na época senti que entrar na faculdade seria bom porque não frequentava a escola regular desde o primário", afirma. "Eu sempre amei estudar e queria muito ter essa experiência."
A atriz diz que a pior parte de ter começado tão cedo foi que não entendia a real dimensão de algumas coisas. "Tem pessoas que fazem comentários na internet que não são bacanas e, quando eu era mais nova, queria encontrar com elas para convencê-las de que eu era legal", diz. "Agora já aprendi que você tem que se amar e não se preocupar com o que todos pensam de você."
A respeito de comentários na internet, aliás, ela logo lembra dos brasileiros. "Todo mundo na série sempre fala que recebe muitos comentários positivos do Brasil", conta. Tanto que os roteiristas até incluíram uma referência a isso em um dos episódios.
"Foi uma pequena homenagem a todo mundo no Brasil, porque nós vemos esses comentários e os apreciamos muito", afirma. "Demos muita sorte porque, sempre que alguém fala qualquer coisa ruim da série, aparecem 50 comentários de brasileiros nos defendendo e dizendo coisas bonitas sobre nós."
Thiago Stivaletti: Foto de Fernanda Torres mostra que o brasileiro não tem maturidade pro Oscar
Ex-bailarina do Faustão comprou itens de luxo e pagou viagens com dinheiro suspeito, diz polícia
Homem passa por transplante de rosto após dez anos sem falar nem comer
'Mania de Você': Gabz fala sobre nova fase de Viola: 'Fortalecida'
Comentários
Ver todos os comentários