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Cinema e Séries
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Com Thaila Ayala, filme 'Moscow' traz mistério com estética HQ e influência em Scorsese

Longa brasileiro foi gravado em apenas 12 dias durante a pandemia

Thaila Ayala Divulgação

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São Paulo

Um longa com estética voltada ao universo das HQs, todo gravado em apenas 12 diárias e sem recurso público de incentivo. Será isso possível? Para o estreante diretor Mess Santos, a resposta é sim. Em seu primeiro filme, "Moscow", ainda sem data para estrear, ele reuniu grande elenco para contar uma história diferente das que todos estão habituados a ver no Brasil, com pouco tempo e no meio de uma pandemia.

Foram 14 dias de produção, sendo 12 deles de filmagens, no mês de agosto, em São Paulo. Porém, ele garante que tudo foi proposital e que o público não verá diferença alguma em relação a outros filmes produzidos e gravados em períodos mais longos.

“Foi desafiador, mas era algo que queríamos antes da pandemia: rodar um longa rápido. Já trabalho com a mesma equipe há 12 anos e sabia que dava para fazer. Fora do Brasil isso é mais comum. Não sacrificamos nenhum plano, não deixamos de fazer nada. Para mim, é um novo caminho para melhorar a situação de produções do país”, explica Mess, que contou com investidores para tirar o projeto do papel.

O filme, que tem no elenco nomes como Jeniffer Nascimento, Sacha Bali, Werner Shünemann, Bruno Fagundes, cantora Ludmilla e Thaila Ayala, retrata, com influências do universo dos quadrinhos, um grande mistério que conduz as ações de todos dentro de um clube de jazz chamado Moscow.

O filme é atemporal e não se passa em uma época nem cidade específicas. A trama é calcada na vingança de Val (Ayala) contra o mafioso Tony (Schünemann). E cada personagem tem suas particularidade, como TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), bipolaridade, raiva, psicopatia e outros distúrbios.

“Me baseei muito e gosto dos filmes do Scorsese e do Tarantino. A Val é uma mulher forte e determinada que gerencia esse clube e sofre de trauma de infância que gerou esse plano de vingança. O mafioso Tony [Werner] é um clássico sociopata. Pensei nele como uma espécie de Al Pacino em ‘Advogado do Diabo’ [1998]”, completa o diretor.

O ator Werner Schünemann diz que ficou fascinado pela possibilidade de brincar com um vilão de diferentes facetas. “Meu personagem está mais para ‘O Poderoso Chefão’ [2007]. Ele tem uma filha pela qual sente amor grande, mas sua relação com os subalternos é bastante dura quando necessária. Ele sofre essa armadilha da vingança até o final. Mesmo como um animal ferido, lutará até o fim e matará quem estiver ao redor”, explica.

Thaila, a protagonista vingativa, diz esperar que o público embarque na história e entenda o formato diferente e os personagens excêntricos. “É tudo bem diferente do que temos no cinema nacional. Espero um resultado surpreendentemente bom a todos”, afirma ela, que é fã de HQs e revela que sua coleção já virou até objeto de decoração.

MANEQUINS FIGURANTES

A pandemia do novo coronavírus fez com que o diretor Mess Santos tivesse de improvisar em cena para garantir o máximo de segurança. De acordo com ele, boa parte da figuração do longa é composta por manequins com perucas e roupas. Tudo para evitar aglomerar muita gente no set de filmagens.

“O desafio pandêmico nos fez aderir a muitos protocolos internacionais. Além dos manequins realistas, testamos elenco todo 15 dias antes e na véspera de entrar no set. Todo mundo saiu são e salvo, nenhum caso de Covid-19 registrado. Havia também um médico acompanhando as cenas”, explica o diretor que, por causa desses cuidados, manteve as cenas de beijo e carinho entre os personagens.

O ator Werner Schünemann que interpreta o vilão afirma que no início havia uma certa tensão no ar. “Os casos estavam altos, estávamos alarmados e os números estavam subindo no Brasil. Mas tinha gente aferindo temperatura, todos testados, kits com álcool e máscaras. Onde quer que a gente tocasse havia alguém para fazer a limpeza. Fiquei mais apreensivo no avião durante os deslocamentos do que em cena."

Companheira de cena, a atriz Thaila Ayala conta que filmou três longas durante a pandemia, mas que “Moscow” foi o primeiro. “Aprender a trabalhar no novo normal, com uma preparação toda online, foi o maior desafio. Eram só 15 pessoas no set de gravações que por vezes até compunham a figuração junto com os manequins”, relembra.

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