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Série 'Julie e os Fantasmas' ganha versão americana, e diretor fala em unir elencos

Kenny Ortega elogia produção brasileira: 'Sem eles, não existiríamos'

Madison Reyes e Charlie Gillespie na série 'Julie and the Phantoms'

Madison Reyes e Charlie Gillespie na série 'Julie and the Phantoms' Kailey Schwerman/Netflix

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São Paulo

Garota introvertida libera os fantasmas de três roqueiros adolescentes que estavam presos dentro de um vinil e eles formam uma banda. Essa é a premissa básica de "Julie e os Fantasmas", série brasileira que acaba de ganhar uma adaptação americana na Netflix.

Com alguns ajustes (o vinil agora é um CD, por exemplo), mas com o mesmo espírito do original, "Julie and the Phantoms" estreou na última quinta-feira (10) e traz nos créditos os nomes dos criadores Fabio Danesi, Paula Knudsen e Tiago Mello, além da produtora brasileira Mixer.

O diretor Kenny Ortega, conhecido por sucessos como "High School Musical" (2006), diz que os brasileiros não se envolveram no processo criativo, mas foram fundamentais em todo o processo. "Eles nos deram todo o apoio e a confiança", afirmou em entrevista ao F5. "E nos deram liberdade completa para viajar para novos lugares com a história."

"Julie e os Fantasmas" foi exibida na Band e no Nickelodeon entre 2011 e 2012. Sucesso com o público infanto-juvenil, a série chegou a ser indicada ao Emmy Kids, premiação dedicada a trabalhos voltados para essa faixa de idade.

Ortega contou que a ideia de fazer uma nova versão partiu do produtor executivo George Salinas e chegou até ele por meio de seus agentes. "E eu amei! Vi um pouco dos primeiros episódios e amei as histórias, a energia e o espírito da série", afirmou.

PROCURANDO JULIE

Kenny Ortega trabalhou com os roteiristas Dan Cross e Dave Hoge para desenvolver a adaptação, que se passa em Los Angeles. "A cidade dos anjos… eles são fantasmas ou anjos?", brincou. Para o papel principal, vivido originalmente por Mariana Lessa, eles procuraram um rosto novo.

"Acho que Mariana, Michel [Joelsas], Samya [Pascotto] e Bruno [Sigrist] eram todos incríveis e todos foram grandes descobertas", disse sobre o elenco brasileiro. "Então me senti inspirado. Quis garantir que colocássemos muito esforço, tempo e preocupação em descobrir quem seriam os nossos Julie e os fantasmas."

Foram enviados cerca de mil cartas pedindo indicações a escolas com programas de artes nos Estados Unidos e no Canadá. De uma delas, na cidade de Allentown (no estado americano da Pensilvânia), veio a gravação de Madison Reyes, então com 14 anos (agora ela já tem 16), cantando e contracenando com ela mesma —sem experiência em gravar testes de vídeo, ela gravou a própria voz fazendo todos os papéis.

"Ela era tão autêntica, corajosa e honesta", elogiou Ortega. "Nós vimos centenas de meninas, muitas delas que eram tão talentosas, mas essa garotinha de 14 anos, Madison Reyes, nascida numa família portoriquenha, pegou [o papel]."

Apesar de inexperiente, Reyes mostrou fôlego de gente grande. "[Ela] nunca tinha gravado uma música profissionalmente. E todos os compositores e produtores que trabalharam com ela disseram: 'É impossível que essa garota consegue fazer isso sem ter nenhuma experiência anterior'. O dom dela é muito orgânico", avaliou.

REFERÊNCIAS

Em meio às cenas, há várias pequenas homenagens a trabalhos anteriores de Ortega, como danças inspiradas em sequências icônicas de "Dirty Dancing: Ritmo Quente" (1987), cujos atores ele coreografou, e do próprio fenômeno "High School Musical". O diretor diz que o elenco era fã desses trabalhos e pedia para ele repetir com eles algumas sequências.

Outra pequena referência, que quase passa batida para quem não sabe, é o sobrenome da diretora do colégio onde Julie estuda, a senhora Lessa. Foi apenas uma das reverências que os novos produtores fizeram para a série brasileira.

"Tenho que dizer isso, todo o elenco original, é inacreditável", elogiou. "Mariana e os rapazes têm sido muito acolhedores com o trailer, com a música, com o nosso elenco… Eles têm escrito no Instagram dos nossos atores."

"Eu os amo e agradeço a eles. Sem eles, nós não existiríamos", admite. "Para os criadores de 'Julie e os Fantasmas' e para todos os envolvidos na série original: nós os reverenciamos, agradecemos e esperamos fazê-los orgulhosos."

O diretor diz que aguarda a recepção do público para saber se o seriado vai ganhar novas temporadas. Porém, mais do que isso, ele espera que haja demanda para apresentações ao vivo da banda formada pelo elenco do programa.

"Nós adoraríamos levar 'Julie and the Phantoms' ao Brasil e para todos os lugares", confessa. "Teremos que convidar o elenco original para se juntar a nós, não é mesmo?"

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