Cinema e Séries

'Supernatural': Jensen Ackles lamenta fim, mas diz que série 'não pode durar para sempre'

Ator conta que seu personagem, Dean, é o melhor amigo imaginário que já teve

Jensen Ackles em "Supernatural"
Jensen Ackles em "Supernatural" (Warner) - Divulgação
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São Paulo

O final da jornada dos irmãos Winchester começou no último dia 10 de outubro, com a estreia da 15ª e última temporada de "Supernatural" (Warner). Sam (Jared Padalecki) e Dean (Jensen Ackles) já passaram por inúmeras aventuras sangrentas envolvendo vampiros, fantasmas, demônios, anjos e deuses, e agora encaram seus últimos desafios.

Em conversa com a Warner, à qual o F5 teve acesso, Jensen Ackles fala que sentirá falta da série que é exibida desde 2005, e que seu personagem, Dean, "é o melhor amigo imaginário que já tive".

"Consigo fazer o papel de Dean até dormindo, porque o compreendo bem demais, a esta altura", conta. "Vai ser muito, muito difícil pendurar aquelas chaves".

O ator diz que poderia "vestir" o papel de Dean para sempre, mas que entende que a série precisava chegar ao fim. "Programas de TV não podem durar para sempre. Eu não quis insistir por tempo demais e causar uma queda de qualidade na série".

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA COM JENSEN ACKLES

Você se envolveu muito no desenvolvimento da história dos personagens Sam e Dean Winchester para a temporada final de "Supernatural"? Quis dar um toque pessoal às linhas narrativas finais da história?
Acho que me envolver no arco narrativo final era menos importante do que tentar descobrir onde exatamente deveríamos chegar no encerramento. A maneira pela qual chegamos lá é tarefa dos roteiristas. Eles são capazes de definir isso, mas o nosso interesse maior era no final em si. Quando fomos conversar com os roteiristas em Los Angeles cerca de seis semanas antes do início das filmagens da temporada final, eles ofereceram uma ideia sobre o final que acreditavam ser o ideal para a série. Foi uma experiência intensa, passar por uma discussão como essa com todas as pessoas envolvidas em desenvolver a série, mas o final proposto me incomodou. Por algum motivo, não foi algo que eu conseguisse aceitar com facilidade. Mais ou menos uma semana depois, eu estava me questionando sobre minha dificuldade em digerir a ideia. Por isso, liguei para um velho amigo e lhe revelei qual era o plano, e disse que precisava de alguma clareza. Ele me ajudou a ver as coisas mais claramente. E depois disso liguei para [o produtor executivo] Bob Berens e conversei um pouco a respeito com ele, e ele me ajudou a ver as coisas com ainda mais clareza. Agora, estou empolgado com o final, e acho que será ótimo. Creio que será um final muito emotivo.
 
Como você planeja lidar com seu último dia de filmagem?
Creio que já estejamos planejando a data da cena final e do último dia de produção. Acredito que teremos um dia adicional reservado, só para essa cena. Vai ser realmente difícil. Vai ser muito, muito difícil pendurar aquelas chaves.
 
Você acha que está negando seus sentimentos sobre o final da serie?
Sim, um pouco. Verdade. [...] Quando chegarmos ao trecho final, aos últimos episódios, o que vai acontecer logo depois da temporada de festas, tenho certeza de que as coisas ficarão pesadas. Quando chegar essa hora e entrarmos na reta final, vai ser duro.
 
O que você pensa sobre a reação dos espectadores à notícia de que a temporada 15 será a última para "Supernatural"?
 Fiquei bem animado com a maneira pela qual os fãs digeriram a notícia. Foi agridoce. É claro que algumas pessoas dizem que não querem que a série termine. E, veja só, eu entendo –mas programas de TV não podem durar para sempre. Eu não quis insistir por tempo demais e causar uma queda de qualidade na série. Não quero estar no carro quando a gasolina acabar. Creio que vamos sair na hora certa, porque 15 é um bom número. Pelo final da temporada 15, teremos 327 episódios –e 327 é capacidade cúbica do motor que eles usavam no Chevy Impala na década de 1960. Uma pequena curiosidade para você.
 
Qual foi a sensação no estúdio no primeiro do da temporada final?
Eu gostaria de poder dizer que houve um grande momento de emoção, mas dirigi o primeiro episódio e por isso tinha muitas outras responsabilidades além de interpretar Dean. Consigo fazer o papel de Dean até dormindo, porque o compreendo bem demais, a esta altura. Não porque eu já nem ligue para o trabalho, mas sim porque consigo vestir a pele de Dean com muita facilidade.
 
Isso mudou ao longo dos anos?
Recentemente, um repórter me perguntou se as cenas emotivas eram difíceis de gravar. Eu respondi que, no começo, eram difíceis. Eu às vezes precisava pensar sobre alguma coisa em minha vida pessoal, para chegar a um determinado ponto emocional com Dean. Já não preciso fazer isso, porque, sempre que penso que Dean está perdendo sua figura paterna, isso me emociona, já que amo muito o personagem. Sei que ele não é real, mas é o melhor amigo imaginário que já tive. E vê-lo enfrentar todas essas situações, só isso já mexe com minhas emoções e me ajuda a me transformar em Dean rapidamente. Mas mesmo assim, ao chegar ao estúdio para o primeiro dia de filmagem, eu estava com a cabeça em minha função como diretor, o que no meu caso é um espaço mental bem diferente. É bem diferente de aparecer para interpretar Dean. 
 
O que você pode revelar sobre a primeira cena que filmou como diretor nesta temporada?
Foi uma cena com Rob Benedict, que interpreta Chuck/Deus. Um momento em que ele se encontra com um personagem que não aparecia desde a temporada sete. Estamos trazendo de volta um personagem muito querido dos fãs, e a pessoa já nem estava trabalhando no ramo.
 
Você acha que Dean se infiltrou em sua personalidade e sempre será parte de você? Ele aparece em você quando você não está no estúdio?
Usei aspectos de minha personalidade para criar Dean, e por isso ele sempre foi parte de mim. Há muita sobreposição e é ótimo poder interpretar alguém assim, porque posso ser ousado quando Jensen quer ser tímido e posso ser corajoso quando Jensen teria medo. Também consigo ser engraçado na pele de Dean, se Jensen não consegue encontrar uma piada. É o melhor de dois mundos, e ele é certamente parte de mim. Há coisas que aprendi com ele e há muitas coisas que ensinei a ele.
 
Nos primeiros anos da série, você usava os intervalos nas gravações para trabalhar em projetos cinematográficos. Por que isso foi deixado de lado? Você pretende voltar ao cinema, agora que a série está chegando ao fim?
Decidi que nunca mais faria isso nas paradas da série, especialmente depois que minha família começou a crescer. Percebi que nas paradas eu preferia passar mais tempo em casa, para recarregar as baterias e estar pronto para a temporada seguinte. Mas agora que não tenho outra temporada para qual precise me recarregar, não sei o que vai acontecer. Sei que eu disse à minha mulher que "parece que vamos poder tirar aquelas férias longas que sempre quisemos. Podemos fazer uma parada". E ela respondeu que eu não ia parar, e que devia voltar imediatamente ao trabalho. "Que trabalho?", eu perguntei, e ela respondeu "O que quer que seja. Resolveremos com o tempo". Temos nove meses para filmar a temporada final, e veremos que oportunidades surgem no final desse período.
 
Quando você começou a filmar a série em Vancouver, fazia ideia de quanto tempo terminaria passando por lá?
Passei muito, muito tempo em Vancouver. Não só filmamos "Supernatural" lá como a série "Dark Angel" também foi rodada lá. E também "Smalville". Fiz uma seriezinha chamada "Still Life" que durou mais ou menos seis episódios e nem foi ao ar. Também gravada lá. Passei a maior parte da minha carreira filmando em Vancouver, e a cidade sempre foi muito boa comigo. Sempre digo que minha única queixa é que Vancouver não é meu lar. Eu não fazia ideia de que passaria tanto tempo lá. Será estranho me despedir.

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