'O Brasil tem borogodó', diz Cláudia Abreu
Em turnê com monólogo sobre a escritora britânica Virgina Woolf, atriz conta que gostou de morar em Lisboa, mas seu lugar é aqui; 'Amo o Rio'
Enquanto espera as últimas definições para que o filme baseado na novela "Cheias de Charme" saia do papel, Cláudia Abreu, 51, não quer saber de ficar parada. Caso o projeto se confirme (tudo indica que sim), o longa será dirigido por José Henrique Fonseca (de "Heleno"), marido da atriz. Dez anos depois, ela voltará a interpretar, a inesquecível rainha do tecnobrega Chayene.
O trabalho, em que deu vida a uma personagem extrovertida e cheia de energia, é o extremo oposto do que está realizando agora. Claudia roda o país com o monólogo Virginia, seu primeiro texto de dramaturgia. A peça já passou por São Paulo, está em turnê pelo Sul, e estreia no Rio no final de outubro.
O espetáculo tem como ponto de partida os últimos momentos de vida da escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941). Autora de clássicos como "Mrs. Dalloway" e "Orlando", ela foi abusada sexualmente na juventude, sofria de um estado depressivo crônico e teve graves episódios de colapsos mentais ao longo da vida, que não foram diagnosticados.
Claudia começou a escrever a peça durante a pandemia, quando passou uma longa temporada com a família em Portugal. Em isolamento social, teve tempo suficiente para fazer uma acurada pesquisa sobre Virginia. "Li os diários, memórias e biografias sobre ela. Foi uma mulher que sofreu abuso, foi impedida de frequentar a escola... uma feminista", diz.
A atriz adorou morar em Lisboa mas conta que sempre soube que seria passageiro. "Adoro Portugal, mas meu lugar é aqui. Fui lá mais para vivenciar essa experiência de morar fora. Amo o meu país. Amo o Rio. O borogodó do Brasil não tem em lugar nenhum", defende a atriz.
Comentários
Ver todos os comentários