Claudia Abreu revê cena de 'Anos Rebeldes' no Conversa com Bial
Atriz também falou sobre o seu primeiro monólogo no teatro
A morte de Heloísa, a jovem que rompeu com uma vida luxuosa e fútil para entrar na luta armada contra a ditadura militar em "Anos Rebeldes" (Globo), foi relembrada durante entrevista da atriz Claudia Abreu, 51, a Pedro Bial, 64, na madrugada desta quarta (20).
Na cena da minissérie de Gilberto Braga (1945-2021), sem dizer uma palavra, a atriz emocionou o público ao ser baleada por um agente da repressão da ditadura quando tirava um documento da bolsa para apresentar às autoridades durante uma abordagem policial.
"O silêncio fala mais do que se você ficar preenchendo com palavras", disse a atriz, citando a mudez que também marca sua interpretação em uma das cenas da peça "Virginia", seu primeiro monólogo, em cartaz no Sesc 24 de Maio, em São Paulo.
Na cena dramática e silenciosa, a escritora britânica Virginia Woolf sofre com a morte do irmão, uma referência em sua vida porque era a pessoa da família que podia ir para a escola e compartilhava o conhecimento.
Com 26 anos de carreira, a atriz estreou como dramaturga na montagem teatral em que encena os últimos momentos de vida da escritora e usa sua experiência para levar ao palco a técnica do fluxo de consciência utilizada na obra literária da britânica.
Em um espetáculo sem cenário, Cláudia contracena apenas com os recursos de luz e som. Além de escrever e interpretar, ela patrocina a montagem com recursos próprios.
Na entrevista, ela falou também sobre "Desalma", série de suspense do Globoplay. A atriz Isabel Teixeira, a Maria Bruaca de "Pantanal", faz parte do elenco e foi quem deu a dica para Claudia gravar os improvisos como Virginia e depois transformar os vídeos em texto de dramaturgia.
Ao responder sobre produções de terror, Claudia mencionou o cenário político atual arrancou risadas de Bial.
"Hoje em dia a vida real está tão assustadora", ela disse, falando em pesadelo nos últimos anos, ao contar que atualmente prefere não assistir filmes ou séries de terror. "Está difícil de querer tomar susto, a gente precisa de mais leveza".
A atriz tem um currículo com 32 produções de TV, 14 filmes e 13 peças de teatro.
Chamada de artista versátil por Bial, Claudia contou que, após tantos anos de trabalho, sentiu a necessidade de atuar em algo a partir do afeto e da identificação, sem que seja apenas mais uma experiência.
"Isso vem de um profundo desejo de realizar", disse sobre "Virginia".
A peça é dirigida por Amir Haddad e fica em cartaz em São Paulo até o dia 7 de agosto.
Comentários
Ver todos os comentários