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Celebridades
Descrição de chapéu The New York Times

Christine Quinn, de 'Selling Sunset', e o caviar no café da manhã: 'Sensação de rica'

Estrela de reality da Netflix promove primeiro livro, 'How to Be a Boss Bitch', de autoajuda, para mulheres ambiciosas

A atriz Christine Quinn - NYT
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Alexis Soloski
The New York Times

Christine Quinn mergulhou uma colher com cabo de madrepérola em uma terrina que repousava sobre um leito de gelo. Depois de espalhar caviar por sobre um blini, ela o levou aos seus lábios róseos. "É um sabor rico", disse Quinn. "A sensação que ele me dá é: rica. Esse é o café da manhã mais classudo da minha vida".

A cena aconteceu em uma tarde chuvosa de sábado, dia em que Quinn, 33, estrela do documentário novelesco "Selling Sunset", da Netflix, e a mulher que o jornal londrino The Sunday Times descreveu como "a maior vilã da televisão", tinha acabado de chegar de Paris. Ela estava promovendo seu primeiro livro, "How to Be a Boss B*tch", uma combinação de memórias e autoajuda no qual aconselha mulheres sobre como subir na vida, começando pelos saltos altíssimos, exatamente como ela fez.

"Estou na maior correria", ela disse, o que provavelmente explica por que Quinn decidiu marcar um café da manhã para as 15h. "Não sei em que cidade estou, em que estado, em que fuso horário. Nem faço ideia".

Durante sua estadia em Nova York, ela daria entrevistas aos programas Good Morning America, The Tamron Hall Show e, a mais emocionante, ao programa Watch Watch Happens Live. Perguntei se ela já tinha decidido que roupa usaria nesse último programa, transmitido ao vivo. Ela respondeu que ainda não.

"Mas vou dar aos gays tudo que eles merecem", ela disse, posicionando sobre a mesa uma bolsa que traz a estampa da Mona Lisa. "É para momentos como esses que eu vivo".

Naquela tarde, ela tinha chegado ao Caviar Russe, um restaurante no centro de Manhattan que tem uma estrela no Guia Michelin, vestindo sua versão provocante de um traje de executiva –saltos-agulha, óculos escuros Balenciaga, um terno risca de giz e uma camisa branca com colarinho que deixava exposta uma parte de sua barriga pálida. Suas unhas, longas e pintadas de amarelo neon, brilhavam como se fossem post-its.

Quinn experimentou caviar pela primeira vez aos 21 anos de idade, em um jantar com um namorado. "Não ligo se você quiser defini-lo como ‘sugar daddy’", ela disse. "É isso que ele era. Mas nossa química era maravilhosa". Na mesma noite, ela experimentou seu primeiro filé mignon, sua primeira taça de champanhe real. "Isso abriu meus olhos para aquele mundo todo que eu não tinha visto até ali, e nem mesmo sabia que existia", disse Quinn.

De lá para cá, ela comeu caviar muitas vezes. Sentada no piso superior do Caviar Russe, em um reservado de paredes cinzentas e com um candelabro Murano tilintando por sobre sua cabeça, Quinn estava bebendo Red Bull –para combater o jet lag– e pediu recomendações ao garçom, John Gergeos. Ele sugeriu o menu Prestige de degustação, que combina caviar osetra platina, dourado e clássico, e acompanhamentos tradicionais por US$ 695,75.

"Uma taça de champanhe?", ele perguntou.

Ela assentiu e pediu Krug. Mas Gergeos não tinha champanhe Krug servida por taça, e eles chegaram a um acordo em torno de uma taça de Dom Pérignon (US$ 75). "Não bebo, só saboreio", ela disse.

Ao abrir o champanhe, Gergeos derrubou a rolha –Quinn tem esse efeito sobre os homens– e depois serviu a bebida em uma taça pré-refrigerada.

Quinn ergueu a colher e atacou, começando pelo caviar platina. "Mmmm", ela disse. "É muito leve, amanteigado, aerado, cremoso, bem sutil".

Em seguida, foi a vez do caviar dourado, servido sobre um blini. "Já esse tem notas mais salgadas", ela disse. "É leve, mesmo assim, mas o sal dá um empuxo extra e gosto disso, porque amo sal".

Por fim, ela experimentou o clássico que ela espalhou sobre um crepe e acompanhou com "crème fraîche". "Esse tem sabores do mar", ela disse.

A taça de champanhe estava vazia, de algum modo. Quinn chamou o garçom, educadamente. "John, parece que essa taça está furada", ela disse. "Mais uma, por favor".

Nas cinco temporadas de "Selling Sunset", um reality show que mais parece uma luta na jaula entre corretores de imóveis de luxo em Los Angeles, Quinn cultivou cuidadosamente uma imagem implacável e transformou o gesto de revirar os olhos sarcasticamente em uma forma de arte. Quando percebeu que os produtores haviam decidido retratá-la como vilã, ela não combateu a ideia.

"Eu senti que era a única pessoa do elenco a compreender minha missão", disse Quinn. "Fui a única a compreender que aquilo era um espetáculo e decidi que daria ao mundo um espetáculo".

Mas ela se irritou um pouco ao descobrir que "Selling Sunset", que acompanha as peripécias dos corretores de imóveis do Oppenheim Group, havia sido indicada a um prêmio da MTV para séries de não ficção. (Ela recebeu uma indicação pessoal, na categoria melhor briga.)

De acordo com Quinn, a série é cuidadosamente roteirizada. "Não há dúvida quanto a isso", ela disse.

Nos episódios finais da quinta temporada, ela deixou o Oppenheim Group e abriu sua própria agência, a RealOpen, que intermedia compras e vendas de imóveis entre pessoas que preferem operar com criptomoedas. Ela não sabe se vai voltar para a sexta temporada, especialmente se a série continuar a servir como promoção do Oppenheim Group.

"Hulu, estou esperando a ligação de vocês", ela disse, em tom brincalhão.

Quinn pediu a conta. Durante nossa conversa de uma hora, ela tinha comido pelo menos metade das 75 gramas de caviar, e pediu que o resto fosse embrulhado para que ela levasse ao hotel. Quinn disse que nunca desperdiça comida. Quando Gergeos trouxe a conta, que chegava perto de US$ 1 mil, ele também trouxe uma embalagem com blinis, "crème fraîche" e 125 gramas adicionais de caviar, um brinde dos proprietários.

"São grandes fãs da senhora", disse o garçom.

"Não acredito! Que doçura", disse Quinn, aceitando o brinde graciosamente e posando para algumas fotos destinadas à mídia social.

Gergeos lembrou a ela de que a validade do caviar era de duas, no máximo, três semanas.

Quinn, com seu apreço pelo luxo, disse a ele que não se preocupasse. "Vai durar só até hoje de noite", ela afirmou.

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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