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Celebridades
Descrição de chapéu The New York Times

Eva Longoria prioriza contratação inclusiva e engajamento em seus projetos

'Posso formar minha equipe do jeito que quero', diz atriz e empresária

Eva Longoria ALberto Pizzolli - 17.mai.14/AFP

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Valeriya Safronova
The New York Times

Eva Longoria, 46, talvez mais conhecida por seu papel na série de TV “Desperate Housewives”, transformou a fama que conquistou na televisão em uma carreira multifacetada. Ela criou uma produtora, estabeleceu uma fundação, desenhou uma linha de roupas e escreveu um livro de receitas.

Também é fundadora de um comitê de ação política chamado Poderistas, uma plataforma para os latinos na mídia. E até recentemente, era parte do conselho da Time’s Up, a organização de combate ao assédio criada na esteira do movimento #MeToo.

Seu mais recentemente empreendimento é uma companhia de tequila, Casa del Sol. Com tantas celebridades apostando nessa bebida específica, hoje em dia, pode parecer que Longoria chegou tarde ao mercado.

“Fui abordada por muitas marcas de tequila nos últimos 20 anos”, disse Longoria. O que a atraiu desta vez foi “o sabor distinto, e o método artesanal e sustentável de produção”, afirmou.

Para tornar o produto mais sustentável, o agave usado na produção da tequila Casa del Sol é hidratado naturalmente na temporada de chuvas, e só é colhido depois de sete anos, de acordo com a companhia. Para cada agave colhido, um novo é plantado, uma substituição importante, dada a escassez de agave causada pela produção crescente de tequila. (O segmento deve crescer em 4% nos próximos anos, de acordo com a ReportLinker, uma empresa de pesquisa de mercado.)

No último dia 8, Longoria fez uma pausa no trabalho de edição de “Flamin’ Hot”, seu filme de estreia como diretora, para conversar sobre práticas inclusivas de contratação, a lei de aborto recentemente aprovada no Texas –ela produziu o documentário “Reversing Roe”– e seu futuro político. Abaixo, trechos editados da conversa.

Por que tequila? E por que agora?
Oh, meu Deus. Por que não? Sou mexicana, e pensei comigo mesma, “Eva, você deveria gostar de tequila”, mas na verdade eu não gostava. Bebi vinho a vida toda, e a Covid me levou a gostar de coquetéis.
Estou muito orgulhosa de ajudar a criar uma marca com um grupo mexicano tão autêntico, e com uma influência feminina muito forte. O mundo da tequila é dominado pelos homens, e não somos só mulheres, na empresa, mas agir de maneira a elevar as mulheres e destacar as mulheres que desempenham papel chave em nossas equipes é a parte do meu trabalho de que mais gosto.

Práticas de contratação inclusiva são um assunto sobre o qual você já falou no passado. Como garantir que os projetos em que está envolvida sejam inclusivos em suas contratações?
É esse o motivo para eu ter decidido trabalhar por trás das câmeras e criar minha produtora: para poder contratar mulheres e pessoas não brancas constantemente, em lugar de ignorá-las inconscientemente. As pessoas acreditam que o setor esteja envolvido em alguma grande revanche, e se recuse a contratar por isso. Mas não é o caso. Todo mundo trabalhou tanto tempo recorrendo a homens brancos para certas funções que é esse o pool de talento a que continuam a recorrer. Em lugar de ignorar inconscientemente as demais pessoas, eu as contrato conscientemente, e para poder fazê-lo tenho que buscá-las.

Qual é sua forma predileta de beber tequila?
No momento, eu gosto de um drinque chamado “Mexican mule”. Também gosto de “skinny margaritas” e de margaritas de jalapeño.

Você está trabalhando na edição de “Flamin’ Hot”, seu primeiro longa-metragem como diretora. O que a atraiu na história do filme?
É a história de Ricardo Montañez, que era zelador mas trabalhou duro até se tornar executivo da PepsiCo. Ele é conhecido como padrinho do marketing hispânico. Foi a primeira pessoa a dizer à Frito-Lay PepsiCo que “ei, existe um grande mercado lá, e vocês o estão ignorando”.
A história dele é muito inspiradora, um cara que saiu do nada e enriqueceu. O filme trata da ideia de que oportunidades não são distribuídas às pessoas. Há sempre quem diga que, se você quer subir, basta batalhar e conseguirá fazê-lo. Mas muita gente está em severa desvantagem e não encontra oportunidades.

Qual é a sensação de dirigir seu primeiro longa-metragem?
A mesma de dirigir outras coisas, como venho fazendo há 10 anos, mas por mais tempo. Sempre que dirijo, tenho uma oportunidade de criar empregos. Posso formar minha equipe do jeito que quero. Do meu diretor de fotografia, Federico Cantini, a Brandon Mendez, um designer de produção latino, e Elaine Montalvo, uma figurinista latina. Cerquei-me de pessoas talentosas e diversas.

Você produziu o documentário “Reversing Roe” em 2018, e é texana; já esperava ver alguma coisa como o Projeto 8 do Senado estadual texano, com a proibição quase completa ao aborto?
Qualquer pessoa que estivesse prestando atenção teria percebido que aquilo estava por acontecer. É preciso participar do que está acontecendo em sua comunidade, em seu conselho escolar, em seu Legislativo estadual.
Creio que seja uma hipocrisia dos republicanos dizer que “ninguém pode tornar a vacinação obrigatória; o corpo é meu e a escolha é minha”, e ao mesmo tempo, quando o assunto são os direitos reprodutivos das mulheres, negar que nós os temos. Nos Estados Unidos, 75% das pessoas acreditam nos direitos reprodutivos da mulher. Não é uma questão altamente contenciosa.

Você fez muito trabalho político. Planeja se candidatar a alguma coisa?
Não, acredito que não. Para mim, a posição mais importante em nosso processo democrático é a mensagem de que é preciso ser político para fazer política. O que simplesmente não é verdade. O maior trabalho que podemos fazer é como cidadãos.

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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