Kesha tem decisão favorável em longa disputa legal contra Dr. Luke
Nova lei pede que ele prove supostas difamações da cantora
Kesha obteve nesta quarta-feira (30) sua maior vitória até agora na disputa legal de sete anos contra o produtor Lukasz Gottwald, mais conhecido como Dr. Luke, que rebateu a acusação dela de estupro com uma denúncia de difamação. As informações foram reveladas pelo The Hollywood Reporter.
Uma juíza da Suprema Corte de Nova York decidiu que a cantora pode usar uma lei, aprovada recentemente, que visa proteger a liberdade de expressão, incluindo situações em que figuras devem comprovar uso de malícia para prevalecer em casos que envolvem interesse público.
Com a decisão, Dr. Luke agora terá que provar por evidências claras e convincentes a verdadeira malícia da parte de Kesha quando o caso chegar a julgamento. A cantora poderá ainda pedir indenizações compensatórias e punitivas, além de honorários advocatícios e custos pela longa batalha jurídica.
Segundo o site Vulture, o advogado do Dr. Luke emitiu uma declaração minimizando a decisão, segundo o site Vulture. “A audiência de hoje foi apenas sobre uma questão técnica legal: o ônus da prova no julgamento. Dr. Luke teria arquivado este caso, independentemente do ônus da prova".
ENTENDA O CASO
A longa disputa judicial teve início ainda em 2014, em Los Angeles. Kesha acusa Luke de drogá-la, estuprá-la e instigar seus distúrbios alimentares durante o tempo em que trabalharam juntos, o que tornaria traumático e impossível continuar trabalhando com ele.
Luke afirma que as acusações são fabricações da cantora e de sua mãe, a compositora Pebe Sebert, para quebrar o contrato sem pagar a multa. Ele argumenta que uma mulher estuprada moveria um processo penal contra seu abusador, ao invés de só pedir a liberação contratual.
Em setembro de 2015, o caso foi suspenso por um juiz de Los Angeles, que orientou o reinício do processo em Nova York. Na papelada, a cantora enfatizou que sua carreira está em jogo, já que não pode produzir novas músicas sem Luke. Seu disco mais recente, “Warrior”, é de 2012.
"Kesha não pode trabalhar com outros produtores ou outras gravadoras para lançar músicas novas. Sem música nova para cantar, ela não pode fazer turnê. Fora das rádios, dos palcos e dos holofotes, não pode fazer publicidade, receber patrocínios ou obter atenção da mídia”, declarou seu advogado, Mark Geragos.
Em novembro do ano passado, fãs brasileiros da cantora fizeram um protesto na avenida Paulista pedindo sua liberdade. Nas redes sociais. criou-se o movimento #FreeKesha, que chegou ao topo dos assuntos mais comentados em todo o mundo no Twitter nesta sexta.
DESENROLAR
A defesa de Luke argumentou que o produtor investiu US$ 60 milhões na carreira de Kesha, e que já concordou em deixá-la gravar novas canções sem ele, informou a revista americana "The Hollywood Reporter".
Mesmo sem participação na produção de futuros trabalhos, ele ainda lucraria por sua participação como empresário e dono do selo fonográfico.
O veredito da juíza da Suprema Corte do Estado de Nova York, Shirley Korneich, foi a favor do magnata. Ela explicou sua decisão ao advogado da cantora.
“Você está pedindo que a corte invalide um contrato que foi amplamente negociado e é típico da indústria. Meu instinto é fazer o comercialmente razoável”, disse, levando Kesha às lágrimas.
Com o pedido negado, Kesha precisa esperar o fim do (longo) processo para voltar a trabalhar.
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