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Celebridades

Pai de gêmeas, Joaquim Lopes diz ser urgente discutir LGBTfobia na TV

Ator, que interpreta homofóbico em 'Império', prepara livro de gastronomia

Joaquim Lopes Jorge Bispo

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São Paulo

A vida de Joaquim Lopes, 41, virou de ponta-cabeça nos últimos meses com a chegada das gêmeas Pietra e Sophia. Pai de primeira viagem, o ator diz que “nada na minha vida, até hoje, foi tão avassalador”, nem a repercussão de seu personagem homofóbico em "Império", em reprise na Globo.

Segundo o artista, apesar dos percalços e das privações de sono, cuidar das filhas ao lado da esposa, a atriz e cantora Marcella Fogaça, tem sido incrível. " Os desafios são constantes, bem como as emoções", afirma ele. O casal, junto desde 2018, deu as boas-vindas às gêmeas em março deste ano.

“Num primeiro momento tem bastante preocupação, mas que fazem parte dessa jornada. Tudo é valido quando vemos a quantidade de amor que há de nós para elas e delas para nós”, afirma Joaquim Lopes em entrevista ao F5.

O momento, diz Lopes, é especial. Em “Império”, novela de 2014 reprisada atualmente na faixa das 21h da Globo, seu personagem vive um turbilhão de emoções. Enrico, deixou a noiva, Maria Clara (Andréia Horta) no altar e, após um embate com o pai, Cláudio (José Mayer), resolve sumir por um tempo.

Na história, o personagem de Lopes não aceita a revelação de que o pai é gay. Para o ator, a homofobia é o lado mais obscuro do personagem e difere totalmente do modo de pensar e agir do ator na vida real. Ele afirma que acha importante e urgente discutir a LGBTfobia na TV.

“A forma como compus esse personagem foi desafiadora. Fui o mais fiel possível para que as pessoas se dessem conta sobre o que não devemos ser”, afirma o ator que revela que, hoje, mudaria um ou outro ponto em sua atuação.

Mas nem tudo é incompatível entre Lopes e seu personagem Enrico. O ator é formado em gastronomia e sonha em conciliar a atuação e a cozinha. "Ter um restaurante pequeno é algo que está na minha alma. É uma forma de visitar essa memória afetiva gastronômica tão presente na minha família”, conta.

Segundo ele, não há necessidade de abandonar uma vocação para seguir outra: “Acredito que ambas se alimentam. Paixões são sempre somadas e conciliadas, nunca substituídas.” A primeira temporada do programa Receitas do Joaquim, no site de receitas da Globo, já lhe deu o gosto de juntar os dois ramos.

Enquanto aguarda novidades sobre uma possível segunda temporada do programa, Lopes se dedica à paternidade e prepara novidades. Ele segue rascunhando projetos com a Globo e se dedica a um livro que começou a escrever no final de 2019, voltado à gastronomia, com receitas e histórias da família.

Os projetos vão sendo pensados entre uma troca e outra de fraldas. Apesar da felicidade com a chegada das pequenas, hoje com três meses, o ator afirma que elas anteciparam um pouco os planos do casal, que pensava em ter filhos no próximo ano.

“Foi um momento maravilhoso, apesar de surpreendente. Tudo na vida é regido por uma sabedoria maior e, nesse momento, isso se potencializa em nós. Estamos em paz com todo esse processo, que é muito sensível, mas repleto de evolução para nós como família.”

Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, Lopes afirma que ser pai é algo que estava no topo dos seus desejos e destaca que criar meninas é ainda mais especial, mas também uma missão difícil. "Precisamos instrui-las sobre o mundo machista que estamos inseridos", afirma ele.

"Precisamos pensar como fazê-las se sentir fortes, amadas, competentes e donas de seus próprios mundos”, continua o ator. “Queremos criar um espaço onde elas possam ter liberdade e tranquilidade para entenderem quem são, do jeito que elas quiserem ser. Que não são uma parte, mas um todo."

Com a quarentena, que já dura mais de um ano, Lopes afirma que não abriu mão dos protocolos de segurança em momento algum, principalmente com o nascimento das filhas. Mas ele também destaca esse período em casa como importante para acompanhar o desenvolvimento das gêmeas.

“Eu pude acompanhar cada segundo dessa gestação, do parto, dos primeiros dias na UTI neonatal e, agora, o desenvolvimento das meninas. Essa pandemia nos mostra a urgência que é olhar para o lado, respeitar o outro e entender que cuidar do próximo é uma atitude que também beneficia a sociedade."

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