Vereador ofende Paulo Gustavo em discurso sobre Dia das Mães
'É homem, né?', questionou político um dia antes da morte do ator
O vereador Donaldo Seling (Cidadania) da cidade paranaense de Maripá (a cerca de 500 km de Curitiba), fez referência ao ator Paulo Gustavo em um discurso em que atacou casais LGBT que têm filhos. O fato ocorreu durante sessão ordinária da Câmara Municipal, nesta segunda (3).
"Aí você vê uma notícia: o ator Gustavo –Gustavo é homem, né?– internado com Covid, e seu marido torcendo pela melhora dele. Nós estamos tendo um desentendimento, na minha opinião. Essa coisa moderna não serve para mim", disse Seling.
"Nós não podemos perder o que há no coração de uma mãe, o que a há de mais bonito numa família unida. Pai e mãe, não marido com marido, ou 'marida', não sei como se fala essa porcaria, de tanto que odeio isso", continuou.
O ataque aconteceu um dia antes da morte de Paulo Gustavo por complicações da Covid-19, que comoveu o Brasil e rendeu homenagens de colegas de profissão do ator, personalidades internacionais, fãs, e até do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que coleciona frases e posições agressivas contra homossexuais.
O vereador começou o ataque logo depois de ler uma mensagem de outra vereadora que dizia: "Parabéns às mães e aos pais que são mães", em referência ao Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (9). Paulo Gustavo e Thales Bretas, seu marido, são pais de dois filhos, Romeu e Gael, de um ano.
"[Tem] o marido e o outro é marido também, nós não podemos pregar esse tipo de coisa. Tem que saber quem que seria a mulher dos dois, para poder agradecê-lo [parabenizá-lo] no Dia dos Pais", disse Seling. "Eu sou da época que homem é homem, mulher é mulher. Feliz Dia das Mães que são mães", finalizou.
O F5 tentou contato com o vereador por meio dos telefones que constam na página da Câmara de Maripá e no registro de candidatura do TSE, mas não foi atendido. A localidade tem 5.582 pessoas, segundo estimativa do IBGE, e Seling recebeu 193 votos na última eleição municipal, em 2020.
Assista ao vídeo da sessão em que a fala foi feita (Seling começa a ofensa aos 32 minutos):
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